Jerónimo de Sousa homenageia Alves Redol, “o grande escritor porta-voz dos explorados”

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, homenageou nesta terça-feira em Lisboa o escritor e militante comunista Alves Redol, que considerou “uma figura maior da literatura portuguesa” e “o grande escritor porta-voz dos explorados”.

“Alves Redol foi, e é, uma figura maior da literatura portuguesa, um escritor de dimensão internacional, e complementou essa sua actividade literária com uma intensa e constante intervenção política, enquanto resistente antifascista e militante comunista”, afirmou Jerónimo de Sousa durante uma cerimónia evocativa do centenário do nascimento do autor de “Barranco de cegos” e “Gaibéus”.

O líder dos comunistas recordou na sua intervenção a vida de Alves Redol, lembrando que escreveu “o primeiro romance do neo-realismo português” (“Gaibéus”) e que “foi o único escritor português obrigado a submeter os seus romances à censura prévia dos esbirros fascistas”.

Como militante do PCP, a partir do início dos anos de 1940, Alves Redol “desenvolveu grande e empenhada actividade, quer participando na organização local do partido, quer dando o seu contributo para a construção das greves de 1943/44, quer ainda na organização dos intelectuais comunistas”, sublinhou Jerónimo de Sousa.

Preso duas vezes pela polícia política do Estado Novo, Alves Redol manteve até morrer, em 1969, “uma coerência notável” e “será sempre o grande escritor porta-voz dos explorados, o antifascista consequente, o militante comunista abnegado”, considerou o secretário-geral comunista.

“Com ‘Gaibéus’, ‘Fanga’, Avieiros’, ‘Vindima de sangue’, ‘Uma fenda na muralha’, ‘A barca dos sete lemes’, ‘Barranco de cegos’, entre outras obras, Redol trouxe para a literatura os problemas dos trabalhadores, os seus anseios, as suas aspirações, as suas lutas. Nos seus romances, nos seus contos, nas suas peças de teatro, ele toma inequivocamente o partido dos explorados, dos oprimidos, dos humilhados e ofendidos, contra os exploradores e os opressores. E sabemos as implicações decorrentes de tal opção naquele tempo de ausência total de liberdade”, acrescentou.

António Alves Redol nasceu em Vila Franca de Xira (Lisboa) a 29 de Dezembro de 1911 e morreu em Lisboa a 29 de Novembro de 1969.

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