Sindicatos contestam meia hora de trabalho extra, Governo aberto a dialogar

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Santos Pereira diz que o "diálogo social é muito importante" Enric Vives-Rubio

O encontro de hoje entre o ministro Álvaro Santos Pereira e os parceiros sociais terminou sem acordo. O Governo está disponível para ouvir “propostas alternativas” à aplicação da meia hora extra no horário de trabalho diário, que os sindicatos contestaram hoje na reunião da concertação social.

No final da reunião de três horas que pôs à mesma mesa o ministro da Economia e os representantes dos sindicatos e patrões, Santos Pereira afirmou que “o Governo disse aos parceiros sociais que se existirem alternativas [o executivo] está disposto a ouvir essas alternativas”.

À entrada para a reunião, os sindicatos e as confederações patronais já anteviam que não houvesse entendimento com o Governo quanto ao documento sobre a competitividade e o emprego, que pressupõe, de acordo com a proposta do executivo, o aumento do horário de trabalho em meia hora por dia e a supressão de quatro feriados (15 de Agosto, dia de Corpo de Deus (móvel), 5 de Outubro e 1 de Dezembro).

Sindicatos e confederações patronais entendem que o documento que lhes foi apresentado pelo Governo na sexta-feira passada e que serviu de ponto de partida à discussão de hoje não é muito diferente daquela que já fora discutida anteriormente entre as partes há um mês.

Apesar de o encontro ter terminado com grande contestação manifestada pela UGT e CGTP, Santos Pereira reforçou que o Governo “continua empenhado no diálogo social”, algo “muito importante no momento de emergência nacional” em que o país se encontra, disse.

“Apesar das nossas divergências, o diálogo social é muito importante”, reiterou o ministro da Economia, segundo o qual as propostas que estão em cima da mesa têm como objectivo aumentar a competitividade da economia nacional.

Do lado das confederações patronais, o presidente da CCP, João Vieira Lopes, afirmou que perante a dificuldade em alcançar um acordo tripartido entre Governo, patrões e sindicatos, propôs esta manhã reuniões com a CGTP e a UGT já na próxima semana.

“Nos próximos dias iremos ter reuniões formais e públicas, para tentar avaliar quais são os pontos em torno dos quais é possível caminhar para um acordo, já que consideramos que um acordo tripartido é importante para Portugal, quer por razões internas, quer externas”, disse Vieira Lopes aos jornalistas.

A próxima reunião da concertação social deverá ter lugar a 20 ou a 22 de Dezembro.

Notícia actualizada às 16h12
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