Carris criou carreira para servir Fundação Champalimaud

Os custos da carreira 98, que em média transporta um passageiro por viagem, são suportados pela fundação

Este autocarro faz um percurso de oito minutos e transporta em média um passageiro por viagem. Bem-vindo a bordo da carreira 98 da Carris, que liga Algés à Fundação Champalimaud, em Pedrouços.

A carreira, que também efectua paragem junto ao Restaurante Vela Latina, começou a circular em Abril de 2011 e funciona aos dias úteis entre as 7h15 e as 20h02. O secretário-geral da Carris, Luís Vale, diz que estão afectos a este serviço dois motoristas e um autocarro com 27 lugares, mas garante que daí não decorre qualquer custo para a transportadora.

"A Fundação Champalimaud suporta o diferencial entre os custos e as receitas de exploração", explica Luís Vale em resposta escrita enviada ao PÚBLICO, sem, no entanto, responder quanto custa por mês manter a carreira 98 em funcionamento.

Já a fundação adiantou ao PÚBLICO, através do consultor de comunicação com o qual trabalha, que está em causa um encargo de "cerca de nove mil euros por mês". No protocolo firmado entre aquela instituição privada e a transportadora explicita-se que o custo diário de exploração é de 371,42 euros, sem IVA, a suportar pela fundação.

A Carris afirma que o público-alvo da carreira 98 são "os funcionários e utentes da fundação", localizada perto da Torre de Belém, mas reconhece que nela viaja, em média, apenas "um passageiro por viagem". "A fundação admite que a procura irá aumentar quando o centro iniciar consultas e tratamentos", refere Luís Vale.

No site da fundação pode ler-se que esta se congratula com a celebração do referido protocolo, "através do qual foi possível estabelecer a prestação de um serviço de transporte público regular que serve toda a população que diariamente se desloca para o centro".

Em Março de 2011 a Carris suprimiu seis carreiras de autocarros e em Setembro acabou com mais uma. No início deste mês soube-se que o grupo de trabalho nomeado pelo Governo para estudar a reformulação da rede de transportes propunha o fim de mais 23 carreiras.

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