Espanha paga juros mais altos do que a Grécia para se financiar

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Mariano Rajoy venceu as legislativas espanholas de domingo com maioria absoluta Juan Medina/Reuters

Madrid conseguiu financiar-se no mercado primário em 2.978 milhões de euros, que conseguiu emitir em dívida através de dois leilões de Bilhetes do Tesouro com maturidades de três e seis meses.

As taxas de juro nestes dois prazos ficaram acima das praticadas em emissões anteriores, naquela que foi o primeiro teste de Espanha nos mercados primários após a eleição de Mariano Rajoy como o novo chefe de Governo.

Na maturidade de três meses foram ainda mais altas do que as taxas registadas em leilões de dívida grega com as mesmas maturidades.

No prazo mais curto, as taxas de juro dispararam para 5,11% na emissão de 2.012 milhões de euros, uma subida que contrasta com os 2,292% pagos há um mês numa operação idêntica.

No leilão de dívida a seis meses, foram emitidos 966 milhões de euros a uma taxa de juro média de 5,227%, quando na anterior a taxa paga foi de 3,302%.

A escalada representa, ao mesmo tempo, um agravamento do custo do financiamento para o Estado espanhol numa altura em que os juros da dívida nos mercados secundários (os de revenda de Obrigações do Tesouro) estão em recordes históricos.

Aqui, as taxas espanholas continuam abaixo dos valores das obrigações italianas, mas tanto na dívida a dez anos como nas obrigações a cinco anos estão acima dos 6,6%. Na maturidade de referência dos mercados (dez anos), os investidores pedem 6,64% de juros, um novo máximo histórico desde que existe a moeda única.

A diferença em relação às taxas alemãs, que servem de base de comparação nos mercados, é agora de 484,3 pontos-base, próxima do recorde de 500 pontos a que chegou no final da semana passada e que resultou de uma subida das taxas de juro de Espanha e de uma descida das taxas da dívida da Alemanha.

A dívida grega para estas duas maturidades estão hoje a recuar nos mercados secundários, embora se mantenham em níveis historicamente altos. As taxas a dez anos recuam para 26,792%, enquanto as taxas a cinco anos caem para os 38,522%.

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