Vítor Gaspar: “Todos os caminhos possíveis são estreitos e difíceis”

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Vítor Gaspar diz que o ajustamento orçamental português é "um imperativo nacional" Nuno Ferreira Santos/arquivo

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afirmou hoje que o próximo ano será decisivo para o sucesso do programa de ajustamento e que este é “um imperativo nacional”.

“O ano de 2012 é decisivo para o sucesso do programa de ajustamento português”, disse hoje Vítor Gaspar, numa audição no Parlamento, no âmbito do debate na especialidade do Orçamento do Estado (OE) de 2012 e das Grandes Opções do Plano 2012-2015.

Hoje, termina o prazo para os deputados apresentarem propostas de alteração à proposta do OE do próximo ano.

Para o ministro das Finanças, o ajustamento orçamental que Portugal terá de fazer é “um imperativo nacional” e todos os caminhos para o conseguir são “estreitos e difíceis”.

Vítor Gaspar aproveitou ainda para homenagear os funcionários públicos pelo trabalho prestado, dizendo que foi graças a isso que Portugal passou no segundo exame da troika. “Aos funcionários públicos quero deixar aqui a minha homenagem por todos os serviços prestados nesta altura difícil”, salientou o ministro, cuja proposta de orçamento prevê, em 2012, um corte dos subsídios de férias e de Natal para funcionários públicos, além da manutenção do corte salarial médio de 5%, já aplicado este ano.
Segundo Vítor Gaspar, sem a “dedicação e excelência” dos funcionários públicos, que “não pensaram nos seus direitos, mas sim como podiam ajudar Portugal”, Portugal não teria passado no exame da
troika.

Questionado pelo PS sobre se a dose de austeridade prevista no OE de 2012 não é excessiva, salientou que “é aquela que é necessária para cumprir” com as metas do défice. “Nem mais nem menos”, acrescentou.

O responsável recordou que o efeito das políticas expansionistas foi testado em 2008 e 2009, na sequência da crise financeira internacional, e conduziu o país à crise em que se encontra.

“Não há qualquer dúvida que o efeito dessa política foi nefasto para o país, esse remédio foi tentado e falhou”, afirmou Vítor Gaspar, sublinhando que, “ nas actuais circunstâncias, é absolutamente claro que falharia mais uma vez, com consequências mais gravosas para o país”.

Notícia actualizada às 16h38
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