Lagarde diz que uma recessão como a de 2008 está a “desenrolar-se perante os nossos olhos”

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Christine Lagarde, directora-geral do FMI, apelou aos Estados Unidos para não deixarem “a Europa cair” Kevin Lamarque/Reuters

A directora-geral do FMI quer estar “desesperadamente optimista” e acreditar numa saída para a crise. Mas admite que esta é uma “situação muito grave e sem precedentes”.

Christine Lagarde, directora-geral do FMI, diz que a crise económica mundial é “muito grave e sem precedentes de várias formas”. Numa entrevista ao programa “60 Minutos”, da CBS, Lagarde diz mesmo que a situação actual vem na continuidade de 2008, ano em que estalou a crise financeira. “É preciso dizê-lo. É o mesmo processo que se desenrola perante os nossos olhos”, afirmou.

A directora-geral do FMI, antiga ministra das finanças francesa, acredita que é possível acelerar a recuperação e travar a subida da dívida pública, desde que os países afectados compreendam “que podem de facto mudar o rumo das coisas”. Se nada for feito o cenário futuro é negro: “Crescimento estagnado, desemprego elevado e, em consequência, problemas sociais, e turbulência nos mercados financeiros”.

“Às vezes a verdade não é agradável quando é preciso agir nos plafonds da dívida e na redução do défice”, sublinhou.

Christine Lagarde apelou ainda aos Estados Unidos para não deixarem “cair a Europa”, já que as implicações seriam “importantes e negativas”, não só para os EUA como para outras economias.

“Cerca de 20% das exportações americanas têm como destino a Europa. Há uma ligação muito forte entre os bancos americanos e os bancos europeus. Há inúmeros trabalhadores europeus empregados por companhias americanas e vice-versa”, destacou.

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