Performance de Marina Abramovic no MoMA é um jogo online

Imagem da performance no MoMA
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Imagem da performance no MoMA DR
Imagem que recria a situação no MoMA
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Imagem que recria a situação no MoMA DR
O jogo começa com a compra do bilhete, como no museu real
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O jogo começa com a compra do bilhete, como no museu real DR
A espera na fila pode demorar várias horas
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A espera na fila pode demorar várias horas DR

A perfomance “The Artist is Present” que Marina Abramovic preparou para o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) foi um dos grandes eventos no calendário das artes na temporada de 2010 e agora também é um jogo online. Quem não teve oportunidade de sentar com a artista no átrio do museu nova-iorquino, pode agora imaginar a experiencia.

Durante 716 horas, Marina Abramovic sentou-se em silêncio a uma pequena mesa, no átrio do MoMA e sem reagir ou falar, fixou os visitantes que eram convidados a sentarem-se a seu lado. A performance fez parte da retrospectiva sobre a artista, que abrange os 40 anos de performances, fotografias, instalações e vídeos imaginados por Abramovic, que o MoMa apresentou em 2010 e que bateu recordes de afluência, com mais de 850 mil entradas.

Para vivenciar a experiência e partilhar o espaço com a artista sérvia, as milhares de pessoas enfrentaram horas em longas filas de espera, chegando mesmo a pernoitar em frente ao museu. Uma vez em frente a Marina Abramovic, os visitantes não podiam comunicar com a artista mas o tempo que estavam sentados dependia apenas da sua vontade, não havendo controlo.

Um ano depois do encerramento da exposição, o artista neozelandês, radicado em Copenhaga, Pippin Barr lançou um jogo online que permite repetir a experiência de forma virtual com todos os seus detalhes, incluindo a espera para chegar à cadeira em frente a Marina Abramovic. Desde a entrada do museu, que apesar de ser virtual respeita o horário real de funcionamento do MoMA, até à passagem pela bilheteira, passando pela recriação de algumas obras de Abramovic que integraram a mostra e as medidas de segurança que impedem que o visitante tente “furar” a fila, tudo é representado com base na experiência real.

“De maneira especial reproduzimos a espera, o que é contrário a qualquer lógica de videojogo”, disse ao El País Pippin Barr, explicando que a espera pode levar até cinco horas, aconselhando a chegar nas primeiras horas da manhã (hora de Nova Iorque). “Só é preciso ter paciência”, continuou.

O jogo evoca a atmosfera e a jogabilidade, através do teclado, dos primeiros jogos da década de 1980, mais conhecida como a estética 8 bits. “Eu gosto muito do trabalho de Abramovic e converter a sua performance num jogo permitiu-me romper com o que neste campo se considera correcto e ortodoxo”, concluiu o artista, avisando que o mais certo vai ser esperar muito tempo, assim como aconteceu no MoMA.

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