Papa quer Igreja envolvida no desenvolvimento de África

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Um voluntário varre o tapete antes da chegada de Bento XVI Foto: Finbarr O'Reilly/Reuters

O Papa Bento XVI inicia hoje uma viagem de três dias ao Benim, país da costa ocidental africana onde a Igreja teve um papel importante na transição para a democracia. Acto central da viagem será amanhã a assinatura da exortação apostólica sobre o papel da Igreja Católica em África.

Este documento surge na sequência do Sínodo dos Bispos sobre África, realizado há dois anos no Vaticano. Nele, o Papa abordará questões como a fome e a pobreza, o desenvolvimento assimétrico, a corrupção, o êxodo rural, o enfraquecimento dos poderes tradicionais e o aparecimento de novos movimentos religiosos.

O Papa assinará o texto em Ajudá, onde se localiza a antiga fortaleza portuguesa, a cerca de 40 quilómetros da capital, Cotonou. Foi nesta pequena cidade costeira que começou o tráfico dos escravos para o Novo Mundo, foi ali que chegaram os primeiros missionários brancos, há século e meio, e foi também ali que se criou o maior seminário da África Ocidental. Mas é também nesta cidade que se encontra um dos principais centros do vudu, a religião tradicional mais conhecida desta região africana.

A viagem ao Benim será feita por um Papa menos africano do que o seu predecessor: João Paulo II visitou 41 países em 26 anos, Bento XVI apenas esteve nos Camarões e Angola (em 2009) nos seis anos de pontificado que já tem.

A escolha do Benim, com cerca de nove milhões de habitantes, teve em conta o facto de os católicos serem 34 por cento da população. "Certamente, haverá um clima de ânimo e esperança para a Igreja africana, um apoio ao continente africano no seu conjunto", disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. O Papa não deixará de acentuar os problemas existentes, acrescentou Lombardi, mas na perspectiva de a Igreja Católica se comprometer com a reconciliação, a justiça, a paz e o desenvolvimento.

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