Descobrir Paredes por outros olhos

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"Mil Dedos": Carlos Paredes na "Mojo"

Quatro décadas depois, "Guitarra Portuguesa" e "Movimento Perpétuo", os dois primeiros álbuns de Carlos Paredes, são lançados internacionalmente. A responsabilidade é da Drag City, a editora de Joanna Newsom ou Will Oldham. Fomos procurar o mestre no olhar de quem não o tem inscrito no DNA. Músicos, jornalistas e editores, americanos e ingleses, falam de bouzoukis gregos, da banda sonora de "O Terceiro Homem", da arquitectura da Roma clássica. Falam sem conter o espanto: "O que é isto?" Isto é Carlos Paredes, num momento em que o interesse pela música exterior ao eixo anglo-saxónico é maior que nunca, a irromper pelo universo da música popular urbana.

Como podemos permitir esta audácia? Como tolerar que nos venham explicar, a nós!, aquilo que temos de mais íntimo. Como aceitar que possam partilhar esse segredo que pretendemos que nos defina, que seja o nosso grito de alma? Carlos Paredes, é dele que falamos. Corpo encurvado sobre a guitarra de Coimbra e as suas mãos imensas de onde emergiam mil dedos, longuíssimos de elegância, lutando com as 12 duras cordas, obrigando-as a revelar o que o espírito e o instrumento escondiam. Não temos a humildade de Carlos Paredes. E por isso, reclamamo-lo nosso sem pudor. Muitas vezes, sem parar para compreender que, se o mestre é nosso, é-o por ser muito maior que nós. A sua música encarnou tudo o que nós, portugueses, somos, pretendemos ou ambicionamos ser, mas era ele, ser individual; ele, a sua circunstância e o seu génio sem fronteiras; que estava, totalmente, absolutamente, nos temas que tocou ao vivo, que gravou em disco, que compôs para cinema e teatro.

Carlos Paredes, génio da "música pequena", como a sua modéstia inabalável de sinceridade obrigava a chamar às "guitarradas" que tocava, é um país maior que o país que o viu nascer. Nós, pequenos que somos, nem sempre conseguimos ver isso. E, por isso, dá-nos conforto, segurança e orgulho refugiarmo-nos no ventre da sua guitarra e, conforme o temperamento, sussurrar ou bradar que sim, somos todos filhos da maravilha sobre humana que é este som: eis que algum do seu brilho se derrama sobre nós - resplandecemos. Nesse aspecto, este país começa a estar menos sozinho. E mais ficará nos próximos tempos.

Em Holyoke, pequena vilória do Massachussets, um músico chamado Ben Chasny que descobriu Paredes em 2004 não consegue falar dele sem se sentar muito direito na cadeira - eis o respeito que a sua música lhe impõe. Em Londres, um músico e crítico da revista "Mojo", Jim Irvin, contornou quando da descoberta de Paredes o procedimento habitual dos críticos, ou seja, a recolha do máximo de informação sobre o último objecto de fascínio. Tudo porque não suportava a ideia de que aquele mistério pudesse ser maculado - o som da guitarra de Paredes era demasiado fascinante, demasiado importante, e Irvin, que já conhece a história e assinou a crítica às reedições na presente edição da "Mojo", não queria arriscar o quebrar do feitiço: "e se os outros discos fossem maus?"; "e se a biografia revelasse um percurso recheado de falhas?"

Ainda em Londres, Simon Noughton, o editor da revista "Songlines", dedicada às músicas do mundo, questiona-se: "Fico perplexo por não serem comuns os recitais de guitarra" - escreve-o e é como se acusasse: Porque insistem em manter este tesouro em segredo? Junta-se à voz um nativo de Phoenix, no Arizona, o guitarrista Richard Bishop, ex Sun City Girls e, a solo, inspirado aventureiro da folk americana e do bordão oriental. Diz: "O puro poder desta música ultrapassa qualquer fronteira. Isso, ninguém pode negar."

Será em Chicago que encontraremos um homem que se empenhou em acabar com o "queixume". Rian Murphy dirige a Drag City, uma das editoras chave da música independente americana dos últimos 20 anos, casa de Will Oldham, Bill Callahan, Joanna Newsom ou Scout Niblett. Ao telefone desde a cidade americana, começa por explicar que, nos últimos anos, a editora tem investido em reedições. Dá exemplos: um álbum a solo de Mayo Thompson, líder dos Red Krayola, outro do obscuro cantautor folk Gary Higgins, uma compilação da banda punk inglesa Big Flame. Conta, de seguida, o episódio da chegada ao seu escritório de caixas com as reedições mais recentes. "Parecia um sonho. "Uau! Estes discos estão na Drag City!" São tão especiais. E agora temos a oportunidade de falar deles, de fazer com que sejam ouvidos".

Os discos são "Guitarra Portuguesa" e "Movimento Perpétuo", os dois primeiros álbuns de Carlos Paredes, aqueles em que o génio até então compactado em EPs, palcos e bandas sonoras ("Verdes Anos" e "Mudar de Vida", de Paulo Rocha, ou "As Pinturas do meu Irmão Júlio", de Manoel de Oliveira), se revela totalmente. Editados respectivamente em 1967 e 1971, são duas obras maiores da música do século XX (português ou não), com a guitarra portuguesa de Paredes e a guitarra clássica de Fernando Alvim, "genialmente irmanadas no mesmo delírio", para utilizar uma expressão feliz que o crítico Fernando Magalhães cunhou nas páginas do PÚBLICO, entregues "a uma dança sagrada". Com estas edições, a guitarra portuguesa ascendeu ao panteão. Não mais seria subalterna. Reina em "Concerto em Frankfurt" (1983), "Espelho de Sons" (1987), "Asas Sobre o Mundo" (1989), "Na Corrente" (1996) e "Canção Para Titi" (2000), os álbuns a solo que completam a discografia de Paredes.

Quatro décadas depois da edição, "Guitarra Portuguesa" e "Movimento Perpétuo" estão disponíveis internacionalmente em belíssimas edições em vinil que reproduzem as originalmente editadas pela Valentim de Carvalho. E, sendo certo que Carlos Paredes foi ouvido em vida mundo fora, do Japão à URSS, da Alemanha à China, isto é diferente. Isto é Carlos Paredes, num momento em que o interesse pela música exterior ao eixo anglo-saxónico é maior que nunca, a irromper pelo universo da música popular urbana, mesmo que dirigido a um nicho de melómanos curiosos e empenhados, como o mestre de estatuto superior que é.

Rian Murphy está orgulhoso. Mesmo que o mundo não estivesse, como está, curioso pela música que o mundo esconde, esta seria uma edição especial. "O contexto actual dá-nos uma plataforma ideal para falar de Carlos Paredes, mas faríamos estas edições de qualquer modo. São especiais a partir do momento em que estão nas nossas mãos e em que observamos as fotografias." O homem em Holyoke, Massachussets, que se senta muito direito quando o tema de conversa é Carlos Paredes, percebe perfeitamente o que diz Rian Murphy.

Ben Chasny, que assina como Six Organs Of Admittance, é um dos mais impressionantes guitarristas de uma geração que, desde o final da última década do século XX, deu novo fôlego à música popular americana. Em 2005, editou aquele que será, até agora, o seu melhor disco, "School Of The Flower". Última canção: "Lisboa". Sob ela: "Este álbum é dedicado a Carlos Paredes". Chasny conhecera a música de Paredes em 2004, pouco antes da sua morte, dia 23 de Julho, aos 79 anos, e não mais se recompôs do impacto. "É um dos meus guitarristas preferidos e tem tudo o que é necessário para ser amado", dizia há meses, quando da sua última passagem por Portugal. "Aquelas melodias... É difícil para mim descrever a sua música sem me sentar muito direito. Quando falo dele, o meu corpo assume naturalmente uma postura correcta. Fico logo mais composto. Isto faz sentido?" Lança a pergunta como se tacteasse, esperando que confirmássemos que sim, que podia fazê-lo, que era uma reacção adequada ao músico e à sua música. Pois bem, habituemo-nos a ser inquiridos. Este secreto tesouro português chamado Carlos Paredes vai partir mundo fora. Ouviremos falar dele quem não o tem inscrito no DNA, quem não encontra em "Verdes anos" ou "Mudar de vida" um espaço de recolhimento e deslumbramento onde se descobre, com gentileza tocante e uma energia torrencial, o mistério do que somos. Sejamos generosos como ele e permitamos tal audácia. Descubramos no olhar do outro o que reflecte esse gigante tímido que, com uma guitarra nas mãos, se transformava em furacão, numa imparável torrente de expressividade.

Dedicado a Carlos Paredes

Na sua primeira viagem a Portugal, Ben Chasny descobriu Carlos Paredes. Quando regressou aos EUA, ouviu-o obsessivamente durante semanas. Depois chegou a notícia da morte e Chasny sem ouvir ninguém no seu país a falar do desaparecimento de "um dos maiores guitarristas mundiais". A dedicatória em "School Of The Flower", contou quando da sua edição, surge da perplexidade perante esse desconhecimento. "Quis pôr o seu nome no mapa, esperando guiar as pessoas até ele. Acredito sinceramente que é uma figura importantíssima na música de todo o mundo".

Rian Muprhy ficou primeiro intrigado com a dedicatória em "School Of The Flower". "Quem é este homem?" Depois de ouvir as palavras de Chasny, não hesitou. Pôs-se em busca dele. Entretanto, surgiu no caminho o português Fred Somsen, da hoje extinta loja, editora e distribuidora Ananana, no Bairro Alto. Somsen tornar-se-ia o representante da Drag City em Londres, função que mantém. Ele, que Chasny considera "o herói desconhecido desta história", foi a ponte entre Portugal e Chicago que assegurou que as reedições se tornassem realidade. Na Drag City, só encontrou incentivo. Quando informou a editora da possibilidade de lançar "Guitarra Portuguesa" e "Movimento Perpétuo", Rian Murphy foi peremptório: "sim, por favor, avança, já". Eis-nos então aqui chegados.

Ben Chasny entusiasmadíssimo: "Estou muito curioso para ver o que acontecerá em Inglaterra e nos EUA, onde existe uma espécie de abordagem indie rock codificada à guitarra acústica. Será muito interessante mostrar que existe uma outra forma de tocar. Tão apaixonada e tão bela, com tanta melodia e tanto poder". Arriscamos a reacção que provocará. Há, afinal, um padrão que se repete.

O mítico engenheiro de som Hugo Ribeiro, que nos estúdios da Valentim de Carvalho, entre tantos outros, gravou Amália e Paredes, dava conta ao PÚBLICO, em 2003, do seu primeiro impacto com aqueles dedos e aquela guitarra: "Aquilo não tinha nada a ver com guitarra portuguesa. Ninguém tocava daquela maneira". Pois claro que não. Era a música de um revolucionário abençoado.

Os músicos, jornalistas e editores ingleses e americanos contactados pelo ÍPSILON, ano 2011, reagiram da mesma maneira ao contacto inicial. Paredes a embater-lhes pela primeira vez nos tímpanos e eles, impressionados, exclamando: "O que é isto?" O que é? "É um monumento nacional como os Mosteiro dos Jerónimos", disse Amália, sua par em grandeza na música portuguesa do século XX. É um músico que inspirava a arrebatava, como exclamou o contrabaixista jazz Charlie Haden, com quem Paredes colaborou. É uma felicíssima brincadeira divina, como disse a guitarrista Luísa Amaro, a sua última companheira. Contava ela que os deuses decidiram criar um músico, sem lhe definir um instrumento. O de Paredes foi irremediavelmente atribuído pela genética: tinha mãos imensas, unhas poderosas e um torso que se moldava ao corpo da guitarra, dominando-a ou confortando-a. E tinha a família: o pai Artur, rei incontestado da guitarra de Coimbra na primeira metade do século XX, o avô Gonçalo, o avô José e o tio-avô António. Todos guitarristas - tal como a mãe, Alice Candeias Duarte Rosa Paredes, que com acordes simples o embalava enquanto criança, na Coimbra onde nasceu e de onde saiu em 1934, aos nove anos, em direcção à Lisboa que seria a sua casa até ao fim da vida.

Homem tímido e modesto resumia deste modo, em entrevista ao PÚBLICO, em 1992, a intensa admiração que provocava: "As pessoas que apreciam, que gostam de me ouvir guitarra ouvem, a coisa agrada-lhes e elas aderem. Não há mais nada". Dizia não perceber quando via lágrimas escorrendo pela face de alguém entre o público - só o conseguiu compreender, confidenciou, quando tomou consciência que não era ele o responsável por aquela reacção, que era o próprio som da guitarra portuguesa que fazia as pessoas chorar. Aqui talvez não seja modéstia - não é verdade que Paredes formava com a guitarra um só corpo?

Paredes impõe-se sempre

Jim Irvin passeava pela Expo 98 quando se deparou com algo surpreendente. Um homem tocando um instrumento que nunca vira. Aproximou-se do palco, afastou-se um pouco, estudou-lhe a força do trinado, a ressonância. O inglês Jim Irvin nunca ouvira a guitarra portuguesa - cujas origens, curiosamente, remontam a Inglaterra. No dia seguinte, percorreu as prateleiras de uma loja de discos. Parou no CD em que um homem sentado tocava o instrumento. O álbum era "Guitarra Portuguesa" e Jim ficou assombrado. "Conseguia perceber-se que era um mestre, alguém para quem o instrumento não tem segredos. E há também a questão da qualidade do som, o ouvirmos a sua respiração, o sentirmos uma tensão sempre presente".

Nos anos seguintes, foi um divulgador sereno da obra de Carlos Paredes. Assistiu, vez após vez, ao mesmo fenómeno. Punha o CD quando alguns amigos surgiam ao final de tarde em sua casa. Enchiam-se copos e a conversa fluía. "Progressivamente, a sala ficava em silêncio e, depois, ouvia-se o inevitável "o que é isto?"". Irvin vê na música de Paredes a capacidade de transformar "o estado de espírito": "Depois de a ouvir durante algum tempo, sentimo-nos como se estivéssemos a meditar. É como se alterasse as nossas ondas cerebrais. Não é verdadeiramente música clássica, mas está mais perto dela do que do jazz ou do popular", aponta. "Tem algo de "Bachiano"". Paredes inclinava-se realmente mais para a música clássica que para o jazz, gosto cultivado desde os dias em que, ainda criança, acompanhava o pai e tio nas audições de discos que estes faziam regularmente na Almedina, em Coimbra - ficou-lhe a admiração por violinistas como Heifetz e Kreisler e pelo período romântico com Lizst ou Beethoven.

É curioso descobrir Paredes por outros olhos. Ouvimos, por exemplo, Jim Irvin trautear o tema de "O Terceiro Homem" (o filme de Carol Reed, com Orson Welles), interpretado em zither por Anton Karas. Ou Sir Richard Bishop a falar-nos do mandolim e do bouzouki grego. "[A guitarra] soava-me mais a um instrumento oriental que ocidental, ainda que sinta que cruza a linha entre os dois". Depois, porém, Paredes impôs-se. "Tem uma forma de tocar que exige a nossa atenção. É fluído e poderoso. Ouvimo-lo respirar enquanto toca, como se estivesse a soprar vida no instrumento e na música. Ainda que normalmente tocasse a uma velocidade incrível, há momentos em que hesita propositadamente antes de avançar para a próxima nota ou linha [melódica]. É uma ferramenta muito eficaz que deixa o ouvinte um pouco desequilibrado. Gosto dessa abordagem".

Paredes impõe-se, repetimos. É sempre isso que acontece. Ben Chasny: "Pressente-se a cada momento a dedicação à sua música mas, ao mesmo tempo, nunca perde a alma. Muita gente que pratica demasiado tem a tendência a perder esse elemento, ele não". Rian Murphy: "Normalmente associamos música com aquele poder a uma sinfonia. Consegui-lo com apenas dois homens, sendo que um acompanha à viola, é extraordinário. É impressionante toda aquela libertação de energia".

Talvez seja então por o talento do instrumentista sobressair tão claramente que, com excepção de Simon Broughton, que já assinou artigos sobre fado e a guitarra portuguesa na "Songlines", haja uma quase ausência da canção oficial portuguesa no discurso dos entrevistados pelo Ípsilon. Broughton, é certo, vê perante si "uma fotografia de Lisboa e do mundo do fado" quando ouve Carlos Paredes - "É um mundo romantizado, mas muito especial", completa. Mas, mesmo ele, tal como Jim Irvin e Sir Richard Bishop, tende a aproximar Paredes do flamenco. "Não tem o mesmo fogo cru da guitarra de flamenco, mas [ainda assim] prefiro os instrumentais de guitarra portuguesa", diz Broughton - "Têm uma verdadeira delicadeza e evocação poética". A Jim Irvin, Paredes lembra Paco Peña. E diz uma coisa curiosa, considerando todo o trabalho que Paredes criou para teatro: "É um som que parece pôr em cena, com dignidade de grande auditório" - "isso", apressa-se a acrescentar, "sem que se perca o calor, uma qualidade de romance na sua música: tal como [Astor] Piazzola, suscita imagens de ruas lavadas pela chuva e de cafés fumarentos".

Carlos Paredes afirmou certa vez que o fado tornou a guitarra prisioneira. O fado é um episódio na história da guitarra, dizia. E isso pressente-se. Todos ouvem nele algo de antigo, de primevo, mas ao mesmo tempo um fogo do presente que anseia libertar-se.

Jim Irvin recorda as suas deambulações por Lisboa e os vários tempos que nela coexistem: as ruelas medievais de Alfama e o eléctrico subindo a colina - "uma paisagem à anos [19]20" -; as igrejas lado a lado com "um mundo de alta tecnologia no meio da cidade". Na música de Carlos Paredes, Irvin pressente "essas camadas históricas e culturais". Foi isso que o emocionou tanto: as "raízes profundas daquela música", qual "monumento da Roma clássica", aliada a "um sentimento muito individual, a qualquer coisa [nova] a querer sair". Rian Murphy vai mais longe: "O som deste homem a tocar pode ser interpretado como heróico. Tem a qualidade do tempo. Parece contar histórias que serão mitos. Os músicos vêem-se como veios através do qual viaja informação que está acima de nós. Ao aprender a tocar guitarra, [Carlos Paredes] abriu um portal. Isso é muito raro".

Em Outubro de 1983, dez anos antes de lhe ser diagnosticada a mielopatia crónica que o impediu de tocar guitarra nos últimos onze anos de vida, dava uma entrevista ao semanário "Sete". "Aquilo que eu gostava, realmente, era que, se alguém ouvisse um disco meu, daqui a muitos anos, pensasse que eu tinha conseguido retratar, de algum modo, esse tempo". Objectivo cumprido, mestre Paredes. Mas o tempo de que falou é bem mais vasto do que julgaria. É um tempo sem tempo, em que o mundo poderá agora viajar. Nós, portugueses, temo-lo connosco. Felizmente, inevitavelmente.

Por aí fora, continuará a ouvir-se, de cada vez que o trinado da sua guitarra chegar pela primeira vez a ouvidos desconhecidos, um assombrado "o que é isto?" Será Carlos Paredes a apresentar-se.

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