Refer conclui primeira fase de obra que deverá ficar a meio

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Obras visaram criar espaço para linhas do TGV (foto de arquivo) FERNANDO VELUDO/NFACTOS

Investimento de 24 milhões de euros na quadruplicação da linha ferroviária de cintura, em Lisboa, poderá não servir para nada nos próximos anos

A Refer concluiu esta semana a primeira fase dos trabalhos de quadruplicação da linha da Cintura, entre a estação do Areeiro e a estação do Oriente, num investimento da ordem dos 24 milhões de euros.

Mas esta obra não vai ter nos próximos anos qualquer impacte na melhoria da exploração ferroviária da zona de Lisboa porque se limitou a demolições, alargamento de viadutos, construção de passagens desniveladas e terraplenagens.

A fase seguinte, que consistia na obra ferroviária propriamente dita (colocação dos carris, catenária e sinalização, por forma a ter uma linha quadruplicada), foi suspensa ainda durante o Governo de José Sócrates e não deverá prosseguir nos próximos anos, pois nem sequer existe projecto concluído.

Os 24 milhões de euros gastos até agora estão materializados num corredor de terrenos terraplenados na zona oriental de Lisboa que ficam à espera das linhas e dos comboios.

O arranque desta obra em Setembro do ano passado representou também um discreto início da construção da alta velocidade em Portugal, visto que estão contemplados nestes trabalhos os acessos das linhas dos TGV Lisboa-Madrid e Lisboa-Porto à gare do Oriente e respectivas zonas de parqueamento do material circulante.

As demolições e terraplenagens agora efectuadas destinam-se também, numa segunda fase, à construção das oficinas de manutenção das composições de alta velocidade.

Simultaneamente, a obra agora concluída destinava-se a prolongar a linha quádrupla desde o Areeiro até Sacavém, por forma a aumentar a capacidade da linha da Cintura, permitindo à CP e à Fertagus aumentar a oferta para a estação do Oriente.

A necessidade dessa obra mantém-se e é considerada premente pela Refer, visto que aqueles três quilómetros constituem hoje um grande estrangulamento ferroviário na Grande Lisboa - por ali passam várias famílias de comboios suburbanos da CP, as composições de longo curso para o Alentejo e Algarve e tráfego de mercadorias.

Entre as obras agora realizadas estão a ampliação das passagens inferiores da Avenida de Pádua e da Travessa do Poço, a ampliação da passagem superior da Av. Marechal Gomes da Costa, o desvio e reforço do aqueduto do Alviela (da EPAL) e a construção de passagens inferiores na Avenida Infante D. Henrique e na Rua José do Patrocínio.

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