Mais de 350 comboios parados por causa da greve

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Comboios de longo curso só voltam a circular este sábado Paulo Pimenta

Foram mais os comboios a circular do que as ligações suprimidas nas primeiras horas da greve de maquinistas da CP nesta sexta-feira. Mas a tarde foi de grandes perturbações para os passageiros do longo curso, dos regionais e dos urbanos: em todo o país, só circularam 13 comboios entre as 16h e as 18h. Desde a madrugada já foram suprimidas 354 ligações.

Neste momento não há composições a circular e os primeiros comboios Intercidades e Alfa Pendular só retomam na manhã de sábado.

Desde as 00h00 de sexta-feira, não saíram das estações da CP 32% dos comboios programados pela transportadora, segundo o balanço mais recente da transportadora. Até às 18h, a CP tinha programado fazer 1105 ligações ferroviárias. Realizaram-se 751, contabilizando já aquelas – que a CP não quantificou – que sofreram atrasos ou outras perturbações.

Os trabalhadores contestam os cortes salariais na função pública e as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, as mesmas razões que motivaram a greve de trabalhadores de todo o sector dos transportes (comboios, autocarros, metro e barcos) no último dia 8.

Durante a manhã de sexta-feira, explicou a porta-voz da transportadora, Ana Portela, o impacto da greve a nível nacional foi residual. Não foram realizadas 10% das ligações, mas, durante as 16h e as 18h, 93% dos comboios não circularam e desde aí nenhum comboio está nos carris.

As primeiras ligações que a CP vai retomar são, a partir das 22h30, nos comboios urbanos do Porto e de Lisboa, por onde passam mais de 85% dos 444 mil passageiros que a CP transporta, em média, num dia de circulação normal.

Os comboios de longo curso normalizam apenas no sábado, mas a CP prevê perturbações ainda da parte da manhã.

Embora o pré-aviso de greve dos maquinistas apenas seja para o intervalo 17h-20h30, são abrangidos todos os trabalhadores que, com horário coincidente com este período, entrem ao serviço da CP antes ou depois daquelas horas. Por sua vez, como as escalas de trabalho não coincidem necessariamente com os horários de partida das composições, o período afectado pela paralisação é muito superior.

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