Comissão Europeia prevê recessão de 3% em Portugal no próximo ano

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Joana Freitas (arquivo)

A Comissão Europeia prevê recessões da economia portuguesa de 1,9% este ano e de 3% em 2012, um cenário pior do que o previsto pelo Governo no Orçamento.

A recessão em Portugal deverá ser a pior de toda a zona euro, onde só a Grécia também deverá sofrer um recuo do produto, de 2,8%. A Europa e a zona euro vão crescer mais lentamente do que era previsto, tanto este ano como em 2012, diz a comissão.

As perspectivas oficiais para a economia portuguesa têm vindo assim a tornar-se cada vez mais negras. O Governo começou por prever uma contracção de 1,8% em 2012, no Documento de Estratégia Orçamental divulgado no final de Agosto, que piorou para -2,8% na proposta de Orçamento para 2012 apresentada no mês passado.

Os números hoje avançados para o PIB português representam também um substancial agravamento das perspectivas para 2012 face ao anterior número avançado pela Comissão para Portugal, divulgado em Maio, quando se previa também um recuo do PIB de 1,8 por cento em 2012. Em relação a este ano, o valor hoje divulgado é melhor que a queda de 2,2% então prevista, e está em linha com a previsão do Governo no Orçamento para 2012.

Em relação ao desemprego, a Comissão (através da Direcção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros) estima agora que fique em 12,6% este ano, em 13,6 em 2012 e 13,7% em 2013, ligeiramente acima dos 13,4% previstos pelo Governo no OE2012 para este ano. A última previsão do Governo para o desemprego 2013, nas Grandes Opções do plano, era de que começasse a descer para 13%.

A inflação deverá ficar em 3,5% este ano, desacelerando para 3% em 2012 e para 1,5% em 2013.

A previsão para a dívida pública é que atinja 101,6% do PIB este ano e 111,6 em 2012, face a respectivamente 100,3 e 105,6% previstos na proposta de OE2012.

O dado mais favorável ao país é o relativo ao défice público, o qual a Comissão antecipa que fique em 5,8% do PIB este ano (face à meta de 5,9% assumida pela troika e pelo Governo). Para 2012, prevê que fique nos 4,5% acordados.

Última actualização às 10h25
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