Os Óscares do próximo ano estão oficialmente sem apresentador. Eddie Murphy deixou o lugar vago, um dia depois de Brett Ratner ter sido afastado da produção da cerimónia por declarações que incomodaram o resto da equipa. Como tinha sido o produtor a convidá-lo, o comediante decidiu abandonar o projecto.

Conhecido por títulos como Dragão Vermelho (que realizou em 2002) ou a série de televisão Prison Break (que produziu), Brett Ratner causou algum mal-estar na Academia por ter dado uma resposta brejeira de pendor homofóbico durante uma das apresentações do seu novo filme, Alta Golpada, no passado fim-de-semana.

Brett Ratner ainda tentou desculpar-se mas, nesta terça-feira, foi mesmo obrigado a sair. A Reuters adianta que o afastamento tornou-se imperioso devido a pressões de grupos de activistas pelos direitos dos homossexuais e por alguns membros da Academia norte-americana. Don Mischer, produtor de longa data da cerimónia, ficou sozinho na função.

Eddie Murphy, protagonista de Alta Golpada, sentiu-se obrigado a acompanhar o amigo – e também se afastou. O actor, num comunicado citado pela mesma agência noticiosa, diz entender “perfeitamente” e apoiar “a decisão de cada uma das partes em relação a uma mudança de produtores para a cerimónia deste ano dos Óscares”.

“Estava realmente com vontade de fazer parte do espectáculo que a nossa equipa de produtores e argumentistas estavam a começar a desenvolver, mas estou certo de que a nova equipa de produção e o novo apresentador farão um trabalho igualmente bom”, acrescenta Eddie Murphy, para quem não foi ainda encontrado substituto.

O presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Tom Sherak, mostrou-se compreensivo com a decisão do comediante: “Compreendo o que o Eddie sente por perder o seu parceiro criativo, Brett Ratner, e todos nós lhe desejamos o melhor”.