Benfica de Jesus volta a não vencer em Braga

Foto
Braga e Benfica empataram 1-1 Foto: Miguel Vidal/Reuters

O Benfica de Jorge Jesus voltou a não vencer em Braga e perdeu a oportunidade de se isolar na liderança. A formação “encarnada” voltou a realizar uma exibição sofrível e acabou por sair do estádio Axa com um empate (1-1), num jogo que ficou marcado pelas interrupções de Luz na primeira metade. O Sporting de Braga marcou por Lima numa grande penalidade na primeira parte. Empatou Rodrigo num golpe de sorte na segunda parte.

A surpresa de Jesus para esta partida foi a inclusão de Rúben Amorim no meio-campo, deixando no banco Bruno César. O técnico do Benfica procurou, sobretudo, transmitir mais segurança à equipa e o jogador acabou por surpreender pela positiva. Na frente de ataque, também deu mais uma oportunidade à capacidade física de Cardozo em detrimento do futebol dotado de outra mobilidade do jovem Rodrigo. Mas aqui resultou um dos equívocos do técnico, como se viu na segunda parte quando entrou o brasileiro/espanhol. O resultado foi uma equipa da Luz com mais posse de bola. Mas também incapaz de criar verdadeiras situações de ruptura e de perigo para a baliza de Quim, um guarda-redes que se mostrou verdadeiramente insuperável nos lances pelo ar.

Muita da culpa da ausência de lances de perigo junto da baliza bracarense teve a ver com a aposta de Leonardo Jardim numa pressão forte sobre Javi García e Witsel, impedindo que a primeira fase de construção dos forasteiros fosse a melhor. A má forma do belga, de resto, também condicionou o futebol da equipa. Tal como Aimar que nunca conseguiu oferecer a imaginação que a equipa necessitava.

Os bracarenses, contudo, também se mostraram incapazes de realizarem transições rápidas. Alan, por exemplo, nunca se libertou para acções ofensivas devido à necessidade de ajudar Baiano (saiu lesionado aos 20’ e foi substituído por Salino) a segurar Gaitán. O resultado foi um jogo com grande intensidade, mas com poucas oportunidades de golo. A melhor pertenceu aos bracarenses e depois de um disparate de Gaitán, que entregou a bola a Lima com o brasileiro a encher o pé para uma grande defesa de Artur.

O espectáculo, que viveu quase sem balizas, foi ainda prejudicado por três quebras de energia numa das bancadas que levaram Pedro Proença a interromper o jogo. À terceira os jogadores desesperaram. Três paragens de aproximadamente dez minutos cada. No regresso, Gaitán teve uma jogada notável. O argentino passou por Alan, Salino e Douglão, cruzando depois para um cabeceamento de Cardozo. A bola saiu ao lado. Mas, pouco depois, a primeira verdadeira oportunidade de golo do Benfica, surgiu o lance que colocou o Braga a vencer: Hugo Viana recuperou uma bola, colocou em Salino que, ao tirar o cruzamento, viu a bola embater no braço de Emerson. Pedro Proença assinalou grande penalidade e Lima não falhou. Um golo acidental no final de uma longa, longa primeira parte.

No início do segundo tempo, Jesus voltou a surpreender ao tirar Gaitán para fazer entrar o jovem avançado Rodrigo. O técnico acabou por abdicar por um dos poucos nomes que em toda a primeira parte tinha conseguido criar alguns desequilíbrios na defesa bracarense, colocando mais um homem ao lado de Cardozo. Mas a formação da Luz limitou-se a demonstrar que os sintomas doentios que mostrou frente ao Beira-Mar, Olhanense e Basileia se estão a agravar. Continuando incapaz de encontrar soluções para inverter o resultado negativo, as coisas apenas não foram piores porque do outro lado estava uma equipa que não conseguia definir de forma capaz um punhado de contra-ataques. Mas, aos 71’, um remate enrolado de Rodrigo, com a bola a bater ainda Douglão, entrou na baliza de Quim.

Perto do final da partida, o internacional sub-21 espanhol recebeu um passe longo de Bruno César (outro jogador lançado na segunda parte) e quase conseguia a vitória com um remate cruzado, mas o empate não seria alterado.


POSITIVO e NEGATIVO

+


Rodrigo
O jovem avançado entrou na segunda parte e fez mais em poucos minutos do que aquilo que Cardozo tinha conseguido em muitos minutos. Marcou e empatou o jogo, enquanto o seu colega de equipa passou despercebido na frente de ataque.

Hugo Viana
O médio esquerdino é o pêndulo desta equipa de Leonardo Jardim. Tem um bom pé esquerdo e sabe quando deve acelerar ou pausar o jogo. Foi um dos melhores elementos em campo.

Djamal
Um peso pesado no meio-campo, que filtrou o jogo e não deu grandes possibilidades aos adversários. Jogou e fez jogar.

-


Aimar
O argentino tinha a missão de dar imaginação ao futebol do Benfica, mas isso nunca aconteceu. Aimar passou praticamente ao lado do jogo e foi um dos grandes responsáveis pela falta de ideias da equipa da Luz.

Witsel
Axel está muito distante daquilo que mostrou no início da época. Em Braga, foi um elemento que travou mais do que acelerou o futebol “encarnado”. Uma lentidão desesperante. O meio-campo ressentiu-se e não se entende muito bem como jogou os 90’.

Quebras de luz
Por três vezes na primeira parte o jogo foi interrompido devido a quebras de energia na bancada poente. Um facto que prejudicou o espectáculo e os próprios jogadores.
Ficha de jogoSp. Braga, 1
Benfica, 1

Jogo no Estádio Axa, em Braga. Assistência 18.688 espectadores.

Sp. Braga

Quim, Baiano (Salino, 22’), Douglão, Ewerton, Paulo Vinícius, Djamal, Hugo Viana, Alan, Hélder Barbosa (Paulo César, 74’), Lima e Mossoró (Mérida, 78’).

Treinador

Leonardo Jardim.

Benfica

Artur, Maxi Pereira, Luisão, Garay, Emerson, Witsel, Javi Garcia, Ruben Amorim (Bruno César, 84’), Pablo Aimar (Nolito, 74’), Nico Gaitan (Rodrigo, 46’) e Cardozo.

Treinador

Jorge Jesus.

Árbitro

Pedro Proença, de Lisboa.

Amarelos

Djamal (6’), Emerson (45’+32’), Javi García (55’), Hugo Viana (59’), Mossoró (71’), Garay (76’), Alan (79’), Ruben Amorim (82’).

Golos

1-0, por Lima (g.p.), aos 45’+34’; 1-1, por Rodrigo, aos 72’.

Notícia actualizada às 21h11
Sugerir correcção
Comentar