Grécia: cronologia dos principais acontecimentos da crise
Um ano e cinco meses após o pedido de intervenção externa à UE e ao FMI, a incerteza em torno da resolução do problema da dívida grega continua a agitar os mercados financeiros, agora mais do que nunca, com a abertura de uma crise interna que leva os líderes europeus a exigir que Atenas cumpra o que acordou com Bruxelas.
Um resumo dos acontecimentos que marcaram a Grécia desde o pedido de assistência financeira:– Georgios Papandreou, líder do partido socialista Pasok e vencedor da eleições no Outono de 2009, anuncia que firmou um acordo com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), abrindo as portas para um plano de resgate em troca de cortes extra no orçamento de 30 mil milhões de euros, nos três anos seguintes. O plano de resgate duraria três anos, com o valor de 110 mil milhões de euros. É o primeiro resgate de um país da zona euro, causado pela pressão dos investidores sobre a capacidade da Grécia em pagar a sua dívida pública, após ter sido conhecido que o défice era de 12,7% do PIB, quatro vezes acima do esperado.
4 e 5 de Maio– Os funcionários públicos fazem greve de 48 horas. Três pessoas morrem no interior de um edifício, depois de um banco ser incendiado.
6 de Maio– Parlamento grego aprova um novo plano de austeridade.
9 de Maio – FMI aprova por unanimidade a sua participação no resgate da Grécia.18 de Maio
– Grécia recebe um fatia de empréstimo no valor de 14,5 mil milhões de euros.
7 de Julho– Parlamento grego aprova o aumento da idade de reforma das mulheres dos 60 para os 65 anos, dando resposta a um dos pedidos-chave da UE .
5 de Agosto– UE e FMI dão luz verde para nova parcela do empréstimo, no valor de nove mil milhões de euros.
201111 de Maio– Inspectores do FMI e da UE fazem pressão sobre Atenas para fortalecer as finanças do país e determinar se precisa de uma quinta
tranchede 12 mil milhões de euros.
8 de Junho– Grécia acorda novo pacote de medidas de austeridade para 2011 em troca de cerca de 6,5 mil milhões de euros.
29 de Junho– Georgios Papandreou, primeiro-ministro, consegue maioria parlamentar para aprovar o pacote de austeridade de cinco anos.
8 Julho– FMI aprova desembolso de 3,2 mil milhões de dólares para que a Grécia pague dívidas relativas ao mês de Julho.
21 de Julho– Líderes da zona euro acordam um novo pacote de resgate para a Grécia, no valor de 109 mil milhões de euros.
21 de Setembro– Grécia adopta novo pacote de medidas de austeridade, incluindo o corte de 20% nas pensões mais altas.
27 de Setembro– Governo aplica taxas sobre as propriedades privadas para convencer o FMI e a UE de que merece a próxima parcela da ajuda financeira (no valor de 8 mil milhões de euros, dinheiro necessário para pagar os salários de Outubro).
29 de Setembro– A
Troikaapresenta um plano pedido pelos credores, com vista a mais cortes orçamentais e aumentos de impostos.
5 de Outubro– Sector público e funcionários de empresas do Estado fazem greve de 24 horas contra as medidas de anti-austeridade.
21 de Outubro– Grécia aprova novo plano de austeridade, desencadeando protestos violentos em Atenas e uma greve geral que parou grande parte do país. Mais de 100 mil pessoas saíram à rua, tendo pelo menos 74 ficado feridas e um homem morrido de ataque cardíaco.
27 de Outubro– Líderes da zona euro conseguem um acordo de perdão de 50% da dívida grega. Acordo é firmado com o representante dos bancos privados envolvidos no empréstimo e tem em vista a redução da carga da dívida grega.
31 de Outubro– Primeiro-ministro grego, Georgios Papandreou, anuncia que irá convocar um referendo para votar a ajuda europeia.
2 de Novembro– O primeiro-ministro francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, dizem a Papandreou, em Cannes, no âmbito da cimeira do G20, que a Grécia não receberá mais ajuda até à conclusão do referendo. O país devia receber uma parcela vital em Novembro, no valor de 8 mil milhões de euros.
3 de Novembro– Partidos na oposição põem dúvidas na continuidade de Papandreou à frente do Governo grego. O ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, diz que não apoia o referendo e afirma que a participação da Grécia enquanto membro do euro foi uma conquista histórica e “não pode depender de um referendo”. O primeiro-ministro mostra-se disposto a retirar a proposta de referendo sobre a permanência do seu país na zona euro.