Obras de requalificação do Alto de Santa Catarina com investimento de mais de um milhão
Esta proposta volta a ser discutida pelo executivo municipal na reunião privada de câmara de hoje, para aprovar a contratação da empreitada que venceu o concurso público para a concretização das obras, com um investimento “máximo” de cerca de 1,1 milhões de euros (sem IVA) proveniente do Programa de Investimento Prioritário para as Áreas de Reabilitação Urbana (PIPARU).
O plano prevê “reordenar e requalificar” o Alto de Santa Catarina, para travar “a sua degradação”, e inclui a “reorganização das circulações automóveis na área”, o impedimento do estacionamento irregular e uma intervenção no jardim e miradouro do Adamastor.
Segundo a proposta do vice-presidente, Manuel Salgado (PS), o trânsito rodoviário na Rua Marechal Saldanha será condicionado para “garantir a criação de uma praça na confluência desta rua com a Rua de Santa Catarina”.
Está prevista também a “colocação de meios impeditivos de estacionamento irregular, com a garantia de espaços de circulação pedonal”, bem como a “intervenção no Jardim do Adamastor e recuperação do [seu] carácter de miradouro qualificado”.
Para a autarquia, o Alto de Santa Catarina “constitui-se como um dos espaços públicos mais emblemáticos do Bairro Alto e Bica, não só pelas suas características, mas também pelo facto de a sua localização permitir uma fruição panorâmica única no contexto de um tecido urbano densamente edificado, que funciona como zona de descompressão e local privilegiado para usufruto daqueles que habitam e visitam o bairro”.
Também o Plano de Pormenor do Aterro da Boavista Nascente vai ser discutido hoje pelo executivo municipal, numa reunião pública, depois de ter sido rejeitado na assembleia municipal na semana passada.
A oposição entendeu que a proposta permitia “uma volumetria que coloca em causa o sistema de vistas da cidade” (PCP e BE) e que ”podia por em causa a caracterização da frente ribeirinha da cidade” (CDS-PP), bem como a memória patrimonial da zona.
A oposição sugeriu ainda que a proposta fosse adiada para incorporar algumas das preocupações, mas a câmara mostrou-se indisponível para a rever, por considerar que podia por em causa o investimento da EDP na zona, uma participação “muito importante para a cidade nesta altura de crise”, considerou, na altura, Manuel Salgado.
Hoje, o plano volta a discussão com “a ponderação da preservação da memória patrimonial da área e altura do edificado proposto”, aspectos “reflectidos na ponderação efectuada durante a discussão pública já realizada”, lê-se na proposta.