Ao minuto: Plano para reforçar o fundo de socorro do euro só estará finalizado em Novembro

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, entrou na sede do Conselho Europeu sem prestar declarações
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O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, entrou na sede do Conselho Europeu sem prestar declarações Thierry Roge/Reuters
Angela Merkel, chanceler alemã, à chegada ao edifício do Conselho Europeu, em Bruxelas
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Angela Merkel, chanceler alemã, à chegada ao edifício do Conselho Europeu, em Bruxelas Francois Lenoir/Reuters
Christine Lagarde, directora-geral do FMI, também participa na cimeira
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Christine Lagarde, directora-geral do FMI, também participa na cimeira Thierry Roge/Reuters
O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, antes de começarem as reuniões
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O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, antes de começarem as reuniões Eric Vidal/Reuters
George Papandreou diz que os gregos estão a fazer um esforço sobre-humano
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George Papandreou diz que os gregos estão a fazer um esforço sobre-humano Francois Lenoir/Reuters
Negociações continuaram nas últimas horas
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Negociações continuaram nas últimas horas Francois Lenoir/Reuters

Longe de estar terminado um acordo sobre todas as questões de combate à crise da dívida soberana em várias frentes, os líderes da zona euro continuam a maratona de negociações em Bruxelas numa cimeira decisiva para o futuro da moeda única. Terminado o encontro dos chefes de Estado e de Governo da União, as discussões seguem numa reunião limitada aos 17 países do euro. Muitos pontos ainda estão em aberto e os próprios líderes já avisaram: nem tudo ficará fechado esta noite. O PÚBLICO acompanha os desenvolvimentos da cimeira ao minuto.

21h55

: Os líderes da zona euro deverão sublinhar os “progressos” de Portugal na implementação das medidas de ajustamento acordadas coim s

troika

. O elogio está explanado no projecto de conclusões da cimeira dos 17 que ainda decorre em Bruxelas. Segundo uma versão citada pela agência Lusa, os responsáveis colocam Portugal e Irlanda no mesmo nível de recomendações: os dois países devem manter-se “comprometidos com as metas acordadas” e estar “prontos a tomar quaisquer medidas adicionais necessárias para atingir essas metas”.

21h36

: Bolsa de Nova Iorque em alta. Ao contrário da tendência europeia, onde foram poucos os índices a fechar com ganhos, Wall Street terminou positiva. Depois de ser conhecido o acordo dos líderes da UE sobre um plano de recapitalização da banca europeia, o índice Dow Jones subiu 1,38%, mais do que o Nasdaq, que cresceu 0,46%.

21h15

: O presidente francês Nicolas Sarkozy quer discutir amanhã com o homólogo chinês Hu Jintao a possibilidade de a China contribuir para ajudar a resolver a crise do euro. A notícia está a ser avançada pela agência Bloomberg, que cita uma fonte próxima do processo. Uma das possibilidades de reforço do poder de acção do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) passa pela criação de um veículo de investimento, que angariaria financiamentos de fundos privados ou de fundos soberanos de países como a China e o Brasil. A confirmar-se a conversa entre Sarkozy e Hu Jintao, amanhã, esta decorrerá um dia antes de o responsável do FEEF, Klaus Regling, se deslocar a Pequim.

20h51

: A Itália vai aumentar a idade da reforma para os 67 anos, mas só a partir de 2026, segundo a agência noticiosa italiana Ansa, citada pela Lusa. A medida consta de um documento a apresentar esta noite em Bruxelas pelo chefe do Governo, Silvio Berlusconi. A Itália compromete-se a apresentar um plano de crescimento até 15 de Novembro, que incluirá medidas como a facilitação dos despedimentos. Além disso, Berlusconi vai lançar, até ao final do mês que vem, um plano de alienação de activos públicos de, pelo menos, cinco mil milhões de euros anuais durante três anos. Os líderes europeus têm pressionado a Itália para apresentar novas medidas de austeridade, de modo a reduzir a sua dívida pública, actualmente em 120% do PIB.

20h40

: Os detalhes sobre o efeito de multiplicação da actual capacidade de intervenção do FEEF nos resgates europeus de 440 mil milhões de euros só devem estar concluídos em Novembro, avança a agência Reuters com base em fontes diplomáticas europeias. De acordo com uma versão preliminar que serve de base às discussões dos líderes europeus dos 17, a que a agência teve acesso, há duas grandes opções em cima da mesa: uma que passaria pela emissão de um seguro de risco e outra pela criação de um veículo especial de investimento. Os dois modelos poderiam ser aplicados simultaneamente, admite-se na proposta.

20h32

: Negociações em várias frentes. A chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, deverão ainda esta noite negociar com os principais bancos credores da dívida grega as condições em que será realizado o “perdão” de parte significativa da dívida detida pelas instituições. A informação está a ser avançada pela agência AFP enquanto os líderes dos 17 da zona euro estão agora reunidos em Bruxelas.

20h21

: Está próximo um acordo sobre a solução para a crise da dívida entre os países do euro, diz o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk. “Estamos muito próximos de um acordo político”, afirmou depois da cimeira dos 27 que antecedeu os encontros entre os líderes dos 17. O chefe de Governo reconheceu, no entanto, que “há alguns aspectos importantes que talvez requeiram mais tempo”. Em sua opinião, “é importante que esta noite a zona euro seja capaz de mostrar que há um acordo político” embora possa ser necessário complementar posteriormente as decisões dos 17, embora sobretudo ao nível técnico.

19h44

: Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia chegaram a um acordo para recapitalizar a banca europeia, anunciou o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk. As instituições bancárias terão de reforçar capitais para ficarem com o principal rácio nos 9% até Junho de 2012, uma hipótese que já vinha sendo admitida pelos responsáveis europeus. Os pormenores da estratégia global de resposta à crise continuam, agora, em debate na reunião onde estão apenas presentes os líderes dos 17 da zona euro. Tusk não referiu o valor das necessidades de reforço de capital dos bancos, frisando que está dependente da redução da dívida grega, que continua a ser negociada com os credores privados de Atenas. O valor final será de todos os modos anunciado pelo regulador europeu (EBA) precisou o ministro das Finanças polaco, Jacek Rostowski.”A recapitalização é necessária para que [a redução da dívida grega] se passe com segurança (...), é a rede de segurança (...) para assegurar que não haverá contágio", prosseguiu. Tusk e Rostowski frisaram que o aumento do rácio de capitais próprios para 9% constitui uma medida excepcional e temporária, que não se repetirá: "Não é uma solução permanente para o futuro”.

19h31

: O euro recuou hoje em relação ao dólar, com os investidores a mostrarem-se decepcionados com as indecisões dos líderes europeus. Às 19h25, a moeda europeia valia 1,38 dólares. Ao mesmo tempo, a moeda norte-americana registou um novo mínimo em relação ao iene, um sinal de que os investidores estão a fugir para refúgios seguros, como a moeda japonesa. O mesmo acontece com o ouro, cuja cotação tem estado a subir nos últimos dias e voltou hoje a ficar acima dos 1700 dólares a onça.

19h24

: O diário britânico

The Guardian

avança, com base numa informação da agência Dow Jones, que o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, esteve reunido com o presidente da Comissão, Durão Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, antes dos trabalhos da cimeira. Berlusconi conseguiu ontem acordar com a Liga do Norte (o partido parceiro da coligação de governo) a revisão do sistema de reformas, uma medida que os parceiros europeus querem ver implementada quanto antes no âmbito das novas medidas de austeridade.

19h06

: Juros da dívida grega em valores recorde. À hora em que os líderes da zona euro se reúnem em Bruxelas, os mercados financeiros continuam a penalizar os países com maiores dificuldades em se financiar através de dívida transaccionada nos mercados secundários. As taxas implícitas dos juros da dívida portuguesa, grega e italiana estavam a subir em todos os principais maturidades. Os investidores exigem taxas recorde nas Obrigações do Tesouro helénicas a dez, cinco, três e dois anos. Nesta última maturidade, os juros chegam aos 95,74%. No caso português, estão em 19,74% e, a dez anos, nos 12,45%. Itália está com os juros a dez anos nos 5,975%. Já as obrigações espanholas só registam subidas nas taxas de cinco anos – nas restantes estão a recuar ligeiramente face aos valores implícitos comunicados ontem pelos investidores às agências de informação financeira.

18h38

:As últimas negociações dos líderes já correm no Conselho Europeu. Eis mais duas declarações à entrada da cimeira: “o ‘poder de fogo’ do fundo de socorro deve ser suficientemente forte para convencer os mercados de que estamos a cuidar do euro”, disse o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte; o homólogo belga, Yves Leterme, adiantou que o efeito de alavanca do fundo de socorro do euro chegará a um bilião (milhão de milhões) de euros, avançou a AFP. O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, não prestou declarações à chegada à sede do Conselho, noticiou a Lusa.

18h02

: As autoridades de supervisão bancária dos países do euro terão de assegurar que os bancos, ao reforçarem os capitais, não reduzem excessivamente a sua capacidade de conceder crédito à economia. É o que consta de uma versão preliminar, obtida pela agência Reuters, de um documento que serve de base às discussões dos líderes europeus sobre a recapitalização da banca – uma das estratégias que a zona euro delineou para combater a crise da dívida. Os bancos terão de se recapitalizar para colocar o seu principal rácio (aquele que mede o capital, o Core Tier 1) nos 9%. Isso deverá implicar, ao todo, necessidades de capital de 100 mil milhões de euros.

17h47

: As bolsas europeias terminaram a sessão hesitantes em relação à resposta que os lideres darão na cimeira europeia. Algumas praças de referência chegaram a negociar em alta após a aprovação do reforço do fundo de resgate do euro no Parlamento alemão, mas só Londres e Milão fecharam o dia positivas. Na hora de fecho da sessão (antes de arrancar a cimeira), a maioria mergulhou “no vermelho”, embora com quedas ligeiras: o índice português PSI-20 desvalorizou 0,18%, o parisiense Cac 40 caiu 0,15%, o Dax, de Frankfurt, cedeu 0,51%, o FSTE Mib, de Milão, retrocedeu 0,07%, o AEX, de Amesterdão, desvalorizou 0,37% e o madrileno Ibex-35 contraiu 0,53%.

17h45

: Debate sobre reforma das pensões termina com agressões no Parlamento italiano. O clima de divisão política acentuou-se hoje no Parlamento italiano, levando mesmo alguns deputados a agredirem-se, na sequência de umas declarações do presidente do Parlamento, Gianfranco Fini, que, num programa de televisão, relevou que a mulher de Umberto Bossi (líder do partido de coligação Liga do Norte) se tinha reformado com apenas 39 anos. A polémica surge numa altura em que Itália discute o aumento da idade da reforma para os 67 anos, no âmbito das novas medidas adicionais de austeridade exigidas pelos líderes europeus.

17h29

: O primeiro-ministro grego, George Papandreou, diz ter chegado a hora de os líderes europeus porem fim à incerteza e encontrarem uma solução para resolver a crise da dívida soberana e salvar o euro. “A população grega está a fazer um esforço sobre-humano para pôr a casa em ordem”, disse aos jornalistas em Bruxelas, antes do início da cimeira. “Agora, é a hora de a Europa acabar com a incerteza, acabar com a crise, virar a página e assegurar que damos um grande passo em frente”, apelou.

17h22

: Os líderes europeus não excluem uma terceira cimeira este fim-de-semana. A notícia está a ser avançada pelo

site

EUObserver, citando fonte próxima das discussões, e decorre das divergências que persistem em relação ao plano de resolução da crise da dívida e, nomeadamente, ao perdão da dívida grega. Depois de terem estado reunidos no sábado passado em Bruxelas, os líderes europeus encontram-se hoje para uma nova cimeira em Bruxelas, naquele que é a sua 14.ª reunião nos últimos 21 meses.

17h05

: O alemão Jürgen Stark, membro do conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE), alerta que se está a exigir demasiado à instituição ao pedir que resolva a crise, “porque a eficácia da política monetária é limitada”. Em mais um claro sinal das divisões sobre o papel do banco central na actual crise, Stark, que anunciou recentemente a sua demissão, considera que exigir demasiado ao BCE pode colocar em causa a independência da instituição.

16h54

: “Ainda há muitos problemas para resolver e de negociações a desenvolver” para resolver a crise do euro, afirmou Angela Merkel, chanceler alemã, frisando à chegada a Bruxelas que o trabalho ainda não está terminado. As dificuldades que ainda persistem para concluir um acordo referem-se à redução da dívida grega e ao reforço do fundo de estabilidade do euro (FEEF). Um terceiro problema resulta da incapacidade da Itália de assumir um plano claro de reformas estruturais com metas e datas de aplicação, para reduzir a dívida pública de 120% do PIB. Esta manhã, em Berlim, Merkel dissera ser hora de

consertar as imperfeições do euro

.

16h53

: A agência financeira Bloomberg noticia que as negociações com os credores privados da dívida grega para uma redução “voluntária” de parte da dívida helénica foram suspensas. Angela Merkel disse, antes, no Parlamento alemão, que o perdão terá de ser da ordem dos 50%. Actualmente a dívida grega ascende a 350 mil milhões de euros, ou seja, mais de 170% do PIB.

16h51

: Um resumo dos últimos acontecimentos do diaO próximo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, mostrou-se hoje a favor do programa de compra de obrigações dos países em dificuldades no mercado secundário, mas sublinhou que se trata de uma medida temporária e extraordinária.


O Parlamento alemão deu luz verde ao ao reforço da capacidade de intervenção do FEEF no processo de resposta à crise, desde que fique assegurado que este não se financia junto do BCE e que a Alemanha não tenha de reforçar a sua participação – actualmente de 221 mil milhões – no fundo.

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