Um “diálogo construtivo” de todas as forças políticas e sociais. É a mensagem do Conselho de Estado, depois de seis horas de conclave. A reunião que teve início às 17h só terminou minutos depois das 23h de terça-feira à noite.

“No momento em que na Assembleia da República decorrem os trabalhos para a aprovação do Orçamento do Estado para 2012, o Conselho de Estado apela a todas as forças políticas e sociais para que impere um espírito de diálogo construtivo capaz de assegurar os entendimentos que melhor sirvam os interesses do país, quer a estabilização financeira, quer o crescimento económico, a criação de emprego e a preservação da coesão social”, pode ler-se no comunicado disponível na página da Presidência.

O cumprimento do memorando da troika foi outro dos pontos abordados durante a maratona do Conselho de Estado, que reuniu Cavaco Silva e os 19 conselheiros. “Os Conselheiros de Estado reconheceram que, na actual conjuntura, a salvaguarda do superior interesse nacional assenta no cumprimento das exigentes metas que o Estado português subscreveu”.

Reconhecendo que o país assumiu “compromissos exigentes” com as instâncias internacionais, o órgão de consulta política do Presidente da República deixa ainda uma “mensagem de esperança” a todos os cidadãos, “na certeza de que Portugal saberá ultrapassar as dificuldades com que actualmente se defronta, sendo essencial que os portugueses congreguem esforços e vontades e tenham uma atitude activa de cooperação e solidariedade”.
A penúltima reunião do Conselho de Estado, depois de dissolvida a Assembleia da República, em Março deste ano, durou três horas e quinze minutos. O único ponto da agenda para a reunião convocada para esta tarde pelo Presidente da República era “Portugal no contexto da crise da Zona Euro”. Esta foi a oitava vez que Cavaco Silva reuniu o seu órgão consultivo desde que chegou a Belém.

Antes da reunião do Conselho de Estado, tomaram posse os membros eleitos pela Assembleia da República: António José Seguro, Manuel Alegre, Luís Marques Mendes, Luís Filipe Menezes e Francisco Pinto Balsemão.