Portugal foi o país da UE que mais progrediu na conclusão do 12º
As conclusões foram hoje avançadas pela presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Ana Maria Bettencourt, e fazem parte do mais recente relatório que este órgão consultivo do Ministério da Educação aprovou, em plenário, em Setembro.
O estudo sobre a qualificação dos portugueses serviu hoje de base à intervenção da presidente do CNE na abertura de uma conferência da Rede Europeia de Conselhos de Educação, em Lisboa, que contou com a presença da secretária de Estado do Ensino Básico e Secundário, Isabel Leite.
Segundo Ana Maria Bettencourt, os avanços de Portugal poderão constituir um exemplo para outros países que têm vindo a baixar nos indicadores em causa, mas os bons resultados conseguidos estão ainda “aquém do exigido”.
A diversificação da oferta de formação profissional, bem como da educação de adultos “contribuíram, sem dúvida, para os progressos que pudemos verificar”, reconheceu Ana Bettencourt.
A responsável alertou que é preciso garantir “níveis ainda mais elevados de recuperação”, que permitam ao país recuperar de um atraso de décadas e alcançar as metas estabelecidas para 2020.
“O que só será possível com o recurso a medidas extraordinárias dirigidas à captação de pessoas pouco escolarizadas, com as quais o país tem uma dívida”, defendeu.
O CNE recomenda que é necessário avaliar e melhorar percursos e estratégias, prosseguindo na melhoria da educação e qualificação.
“Sabemos que as dificuldades exigem esforços redobrados das políticas, dos sistemas e das práticas, mas também das instituições, dos atores sociais e das estruturas do tecido empresarial”, sustentou a presidente deste órgão independente.
No mesmo sentido, considerou que o contributo das empresas pode ser decisivo, “quer pela valorização de melhores qualificações em novas admissões, quer pela maior especialização que darão ao sector produtivo, quer ainda pelo desenvolvimento profissional dos seus colaboradores”, permitindo adequar as suas competências às necessidades do mercado de trabalho.
Ana Bettencourt advertiu que a presente crise irá agravar as condições de vida na sociedade portuguesa e “comprometer as oportunidades de emprego”, desejando que as ofertas educativas possam gerar mudanças que reduzam as desigualdades e a exclusão.
A secretária de Estado frisou, por seu lado, que a maioria da população activa portuguesa continua a entrar no mercado de trabalho “muito impreparada”, apesar das medidas tomadas por anteriores governos.
Responsáveis de concelhos de educação de vários países da Europa estão reunidos até terça-feira na conferência dedicada a debater “Novas Competências para Novos Empregos”.