Em oito meses, a Líbia assistiu a uma revolta popular, seguida de uma sangrenta repressão. A oposição pegou em armas e, com o apoio da aviação da NATO, conseguiu em Agosto tomar Trípoli e pôr fim 42 anos do regime liderado por Muammar Khadafi. Dos três redutos que lhe restaram, Sirte foi o último a cair e foi lá que o coronel líbio se refugiou até ao fim.

Detenção do activista Fethi Tarbel desencadeia um motim em Bengasi.

Milícias anti-Governo assumem o controlo da cidade costeira de Misurata, depois de expulsarem as forças leais a Khadafi.

O Conselho de Segurança da ONU impõe sanções a Khadafi e à sua família, e envia o caso da repressão dos rebeldes para o Tribunal Penal Internacional.

Governos da União Europeia aprovam sanções contra Khadafi e o seus mais próximos colaboradores.

O Conselho Nacional de Transição, com sede em Bengasi, declara-se como o único representante legítimo dos líbios.

O Conselho de Segurança autoriza a imposição de uma zona de exclusão aérea e outras acções militares para proteger os civis do Exército de Khadafi.

Os primeiros ataques aéreos travam o avanço das forças de Khadafi contra Bengasi e atacam as defesas aéreas da Líbia.

Um ataque com mísseis da NATO numa casa em Trípoli mata o filho mais novo e três netos de Khadafi, diz o seu Governo.

O TPI emite mandados de captura contra Khadafi, o seu filho Saif al-Islam e o chefe da secreta militar Abdullah al-Senussi, acusados de crimes contra a humanidade.

Rebeldes entram em Trípoli enfrentando pouca resistência; Khadafi dirige-se aos líbios numa mensagem áudio, pedindo-lhes que combatem os “ratos”.

Rebeldes tomam o complexo fortificado de Bab al-Aziziya, em Trípoli, símbolo do poder de Khadafi.

A mulher de Khadafi, a sua filha Aisha e dois dos seus filhos entram na Argélia; horas depois de passar a fronteira, Aisha Khadafi dá à luz numa clínica.

Líderes interinos reúnem-se com os dirigentes mundiais numa conferência em Paris para discutir o futuro da Líbia. No 42º aniversário da sua chegada ao poder, Khadafi apela aos apoiantes para resistirem.

O primeiro-ministro interino, Mahmoud Jibril, chega a Trípoli na sua primeira visita desde que a cidade foi tomada.

Líbia recomeça a produzir petróleo; o Níger diz que o filho de Khadafi, Saadi, chegou ao país.

Presidente interino, Mustafa Abdel Jalil, faz o seu primeiro discurso em Trípoli face a uma multidão de 10 mil pessoas.

Presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, aterram na Líbia e são recebidos como heróis.

O Conselho de Segurança da ONU alivia as sanções contra a Líbia, incluindo as que visavam a companhia nacional de petróleo e o banco central. A Assembleia Geral aprova a acreditação do embaixador nomeado pelo CNT como único representante na ONU, reconhecendo na prática a legitimidade do Governo interino.

O Presidente norte-americano, Barack Obama, exorta as forças que ainda combatem por Khadafi a renderem-se, no momento em que anuncia o regresso do embaixador dos EUA a Trípoli.

O coronel líbio denuncia os bombardeamentos da NATO num discurso transmitido pela televisão Arrai, sediada na Síria.

As forças do governo de transição anunciam a captura da quase totalidade de Shaba, um oásis no deserto líbio e um dos últimos três redutos de Khadafi. Sirte e Bani Walid continuam a resistir.

Um petroleiro com crude líbio parte do porto de Marsa el Hariga, com destino a Itália, na primeira exportação de crude do país em vários meses.

A NATO confirma que as forças do governo interino controlam já na totalidade os stocks de armas químicas que o regime de Khadafi não tinha ainda destruído.

O CNT anunciou a captura de Moutassim, alegadamente quando este tentava fugir de Sirte. A notícia seria depois desmentida.

As tropas do governo interino anunciam controlar a maior parte de Sirte, com excepção do bairro “número dois”, onde dizem estar entrincheiradas as forças lealistas.

Pela primeira vez em semanas há notícias de violência em Trípoli. Os comités de resistência dizem ter enfrentado durante horas forças leais a Khadafi.

O CNT anuncia a captura de Bani Walid, bastião da tribo Warfalla, uma das mais importantes da Líbia e que era considera próxima do regime de Khadafi. Após alguma resistência, os combatentes entraram na cidade, quase deserta. Um canal de televisão sírio diz ter conseguido confirmar que o filho mais novo de Khadafi, Khamis, morreu em Agosto, durante os combates que se seguiram à entrada dos rebeldes em Trípoli.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, visita Trípoli, na primeira deslocação de um dirigente dos EUA à Líbia desde 2008.

O CNT anuncia ter conquistado a totalidade de Sirte, terra natal de Khadafi, após dois meses de cerco e semanas de violentos combates. É noticiada a captura do homem que durante 42 anos governou a Líbia.