Van Zeller anuncia saldo positivo da balança comercial em Setembro

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Francisco Van Zeller sugeriu cortes de subsídios no sector privado Enric Vives-Rubio

O presidente do Conselho para a Promoção da Internacionalização, Francisco Van Zeller, anunciou hoje que pela primeira vez o saldo da balança comercial foi positivo no mês passado.

“Desde que há registo histórico, as exportações cobriram as importações”, disse Francisco Van Zeller durante a II Conferência Antena 1/Jornal de Negócios sobre o Estado e a Competitividade da Economia portuguesa, para explicar que há margem para a melhoria da economia.

Durante a sua apresentação Van Zeller, antigo presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), elencou os constrangimentos nas empresas na área da internacionalização, adiantando que as empresas pequenas “não se juntam, não aceitam sócios, não partilham”.

O responsável salientou que há um “esforço que tem de ser feito” para a aposta na internacionalização e lamentou que, neste momento, as empresas não tenham interlocutores, numa alusão à situação da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). “Não tem presidente há meses”, sublinhou.

Exportações cresceram em 2010 menos que no resto da Europa

Francisco Van Zeller acrescentou ainda que “o problema da internacionalização é um problema de compromisso” e que o caminho deverá ser feito por métodos clássicos de gestão, de outra maneira os resultados são soltos.

Apesar do primeiro registo de excedente comercial, Van Zeller salientou que Portugal foi “o país da Europa que menos cresceu em 2010” em termos de exportação. “Isso é bom que se diga para que se acabe com esta auto-satisfação: as exportações não estão a correr muito bem”, acrescentou, citado no site do Diário Económico.

O presidente do Conselho para a Promoção da Internacionalização disse também ser possível que o sector privado tente imitar o Estado no que respeita ao corte dos subsídios de férias e de Natal.

“É uma das possibilidades. As empresas, ao preferirem não despedir, podem cortar nos subsídios ou noutras regalias para evitar despedimentos. Não se sabe como é que isto pode ser feito legalmente, mas em 1983 fez-se”, afirmou, depois de António Saraiva, actual presidente da CIP, ter já também admitido a retenção dos subsídios de férias e de Natal no sector privado.

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