Gulbenkian inaugura nova delegação em Paris

Foto
O edifício data de 1869 e foi adaptado pela arquitecta Teresa Nunes da Ponte Foto: cortesia da Fundação Calouste Gulbenkian

Durante décadas, o número 51 da Avenue d’Iéna foi uma morada de referência para quem, vivendo em Paris, se interessava pela cultura portuguesa. Era aí, na antiga casa do milionário de origem arménia Calouste Gulbenkian, que funcionava a delegação da Fundação Gulbenkian. A partir de hoje esta tem uma nova morada: o número 39 do Boulevard de la Tour Maubourg.

A nova delegação da Gulbenkian em Paris, num edifício recuperado na margem esquerda do Sena, próximo de vários outros centros culturais, pretende ser um local que atraia não só quem se interessa pela cultura portuguesa mas quem quer pensar “as grandes questões contemporâneas”, que passam pela a Europa, a inovação social, o diálogo intercultural e o ambiente, explicou ao PÚBLICO Rui Vilar, presidente da fundação.

São 1900 metros quadrados distribuídos por cinco andares e uma cave, o que permite ter, para além da biblioteca (90 mil volumes, a mais importante de língua portuguesa fora de Portugal e do Brasil) agora em óptimas condições de acesso, uma sala polivalente com 140 lugares e uma área de exposições com 240 metros quadrados. Há ainda dois gabinetes para investigadores e um pátio interior com uma pequena zona de convívio. É nessa zona que se instalará no próximo ano um Dialogue Café, uma parceria da fundação com a Aliança das Civilizações das Nações Unidas e a Cisco.

No novo espaço expositivo pode ser vista a partir de amanhã (e até 16 de Dezembro) a exposição que inaugura o centro – Terre Transformée, comissariada por Sérgio Mah, com trabalhos (fotografia e video) de artistas como Tacita Dean, Filipa César ou Claudia Angelmeier. Para Janeiro está prevista a primeira grande exposição em Paris da obra de Paula Rego, e em Abril uma dedicada ao trabalho do fotógrafo Gérard Castello-Lopes. Ainda em 2012, Sérgio Mah comissaria uma exposição a partir do tema Identidades Europeias.

Dirigido por João Caraça, director do Serviço de Ciência da fundação, o centro – que representa um investimento de um milhão de euros – terá ainda uma programação que arranca amanhã com a conferência Le Manifeste de l’Altruisme, por Philippe Kourilsky, do Collége de France. E prossegue com outra conferência, a 14 de Novembro, com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. Ainda em Outubro, haverá um colóquio sobre o intelectual e ensaísta Eduardo Lourenço.

Leia a entrevista a Rui Vilar no PÚBLICO de hoje e na edição online exclusiva para assinantes.
Sugerir correcção
Comentar