Vitória de pouco alento para o Sporting

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Wolfswinkel fez os dois golos da partida DR

O Sporting cumpriu a obrigação de vencer (0-2)
e seguir em frente na Taça de Portugal, mas a forma como decorreu a partida e chegou à vitória está longe de poder deixar sossegados os seus responsáveis e simpatizantes. Jogou contra uma equipa que ainda este ano ascendeu ao terceiro escalão do futebol nacional e composta por jogadores que só treinam após o horário dos seus afazeres profissionais, mas raramente teve o jogo na mão.

É certo que dois golos sem resposta não podem deixar grandes dúvidas quanto ao desfecho final, mas deve dizer-se também que o Sporting construiu o resultado graças a uma grande penalidade e aos momentos posteriores de descontrolo por parte dos atletas do Famalicão. Os protestos que se seguiram à decisão do árbitro valeram aos famalicenses três cartões amarelos, sendo que dois desses jogadores acabariam por ser expulsos na sequência de nova admoestação.

E se a grande penalidade que permitiu a Wolfswinkel dar vantagem à equipa no marcador surgiu numa altura em que o Famalicão parecia, pela primeira vez no jogo, dar mostras de poder incomodar a defesa do Sporting, o golo que fixou o resultado foi obtido quando a equipa da casa jogava já em inferioridade numérica. Foi o coroar de uma jogada de envolvimento no lado direito do ataque. A bola circulou entre vários jogadores, fazendo deslocar a defesa do adversário, e o cruzamento de Pereirinha encontrou Wolfswinkel liberto no coração da área, para um cabeceamento eficaz. O exemplo de como o Sporting deveria ter actuado perante um adversário que se fechou o mais que pôde junto da sua área.

O jogo foi, porém, quase sempre muito diferente. A equipa de Alvalade dominou largamente e, no início, até criou algumas oportunidades, mas o certo é que nunca conseguiu mandar na partida e envolver o adversário. O Famalicão obedecia ao guião defensivo e, à medida que o tempo corria, os jogadores iam ganhando confiança. Passado o sobressalto inicial, conseguiram chegar ao intervalo deixando a sensação de que poderiam fazer sofrer o adversário.

Logo no início da segunda parte, os avançados da casa obrigaram o guarda-redes do Sporting a fazer a primeira intervenção, e seguiram-se mesmo outras duas jogadas que colocaram a defesa em apuros, até que surgiu o penálti salvador.

Após o segundo golo da equipa leonina, o Famalicão começava a dar sinais de quebra física e a segunda expulsão (por acumulação de amarelos) foi disso consequência evidente. Mas nem mesmo a jogar contra nove o Sporting foi capaz de mandar no jogo. Prova disso é o facto de, já nos instantes finais, Marcelo Boeck ter negado aos famalicenses o golo que bem fizeram por merecer. Foi um remate de cabeça na sequência de um livre na ala direita, com o guarda-redes brasileiro a fazer aquela que foi, provavelmente, a defesa da noite.

E mesmo tendo vencido a equipa mais poderosa, pela forma como decorreu o jogo, bem pode dizer-se que houve taça em Famalicão. Não só pela forma como o jogo foi disputado, mas também pela festa nas bancadas, que mais de uma década depois voltaram a encher-se de público.

Ficha de jogo

Famalicão,


0

Sporting,


2

Jogo no Estádio Municipal 22 de Junho, em Famalicão. Assistência
Cerca de 7.000 espectadores.

Famalicão

Rui Forte, Luís Miguel, Hugo Matos, Pedro Silva, Talocha, Palheiras (João Dias, 81’), Jorginho, Flávio Igor, Gomis, André Claro (Jorge Miguel, 86’), Diop (Nelson, 67’).

Sporting

Marcelo Boeck, João Pereira, Onyewu (Pereirinha, 46’), Carriço (Rodriguez, 46’), Evaldo, André Santos, Schaars, Insua, Matías Fernandez, Diego Capel (Rubio, 75’), Wolfswinkel.

Árbitro

Artur Soares Dias, do Porto.

Amarelos

Talocha (29’ e 83’), Diego Capel (44’), Jorginho (53’ e 64’), Palheiras (61’), Marcelo (73’), Hugo Matos (74’) e Alberto Rodríguez (81’).

Vermelhos

Jorginho (64’) e Talocha (83’).

Golos

0-1, por Wolfswinkel (g.p.), aos 62’; 0-2, por Wolfswinkel, aos 67’.

Notícia actualizada às 23h34
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