Suspeita de origem criminosa no incêndio no Parque Natural Sintra-Cascais

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O fogo deflagrou na Ulgueira Paulo Pimenta/arquivo

Durante cerca de duas horas esta manhã, um incêndio lavrou no Parque Natural Sintra-Cascais, mobilizando perto de cem bombeiros. Há suspeitas de mão criminosa.

O fogo deflagrou às 06h33 numa zona de pinhal e mato na Ulgueira, Colares, no concelho de Sintra. Pouco tempo depois, eram vários os focos de incêndio, nomeadamente na Ulgueira, Rio Touro e Biscaia, segundo informações do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Lisboa.

Os bombeiros e os moradores de Azóia e Ulgueira suspeitam que o incêndio, que chegou a aproximar-se de habitações, possa ter tido origem criminosa. A hora a que o fogo deflagrou levantou suspeitas.
Em declarações à agência Lusa, o comandante dos bombeiros de Colares, Luis Recto, disse que, dada a hora a que deflagrou o fogo, as causas poderão estar relacionadas com mão criminosa.

O responsável chegou a temer que o incêndio que deflagrou na zona do Parque Natural Sintra-Cascais pudesse ter consequências maiores. “Quando soaram as sirenes, olhámos lá de baixo [em Colares] e estava ainda uma neblina, parecendo que o fogo era muito maior do que foi. Estão algumas casas espalhadas aqui pela encosta e o incêndio esteve muito próximo delas”, disse.
Alguns populares disseram à Lusa ter temido pelas habitações que se encontram no local onde deflagrou o incêndio e adiantaram desconfiar também de fogo posto. “Isto só pode ter sido provocado por alguém. Àquela hora é impossível que o calor tivesse provocado o incêndio”, disse Rui Fontes, morador na localidade de Azóia.

Segundo Mania Albertina Santos, a sua casa nunca esteve em risco, uma vez que se encontra ainda a grande distância do local. Ainda assim, chegou a temer maiores consequências. “Aqui o problema era se houvesse mais vento e o incêndio chegasse à aldeia. É muito estranho que um incêndio comece àquelas horas. Ainda era de noite”, disse.

No centro de comando das operações, o segundo comandante dos bombeiros de Almoçageme, Vítor Matos, disse à Lusa que no local estiveram mais de 100 homens apoiados por 30 viaturas de várias corporações, entre elas Almoçageme, Colares, Estoril e Agualva-Cacém. Nas próximas horas vai permanecer no local uma viatura dos bombeiros, de forma a controlar eventuais reacendimentos.

No ano passado, o Parque Natural Sintra-Cascais, com uma área de cerca de 14.450 hectares, registou 35 incêndios, que abrangeram 98 hectares, segundo o relatório sobre incêndios na Rede Nacional de Áreas Protegidas, do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB).

Notícia actualizada às 12h43
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