Bolsas de estudo: Associações académicas exigem novos prazos

Estudantes acham que o processo de pedido de bolsa é confuso e demorado - e pedem um período maior de adaptação

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Associações exigem a abertura de novos prazos de candidatura às bolsas nas universidades Hugo Delgado/arquivo

Novo formato de candidaturas às bolsas no ensino superior para os novos alunos está longe de ser consensual. Associações Académicas pedem um maior período de adaptação. Alunos afirmam que o processo de pedido de bolsa é confuso e demorado.

Este ano lectivo, o processo de candidatura a bolsas de estudo foi alterado. Com o novo regulamento, os alunos que entram no Ensino Superior têm de formular toda a candidatura antes do resultado das colocações e num formato completamente digital. Segundo o Ministério da Educação e Ciência, as alterações têm por objectivo desmaterializar e simplificar o processo a nível administrativo.

As várias associações académicas, reunidas no Encontro Nacional de Direções de Associaçoes (ENDA), realizado no Porto a 3 de outubro, apresentaram uma moção dirigida à Direção-Geral de Ensino Superior (DGES), na qual exigem a abertura de novos prazos de candidatura às bolsas, devido ao facto de este ter sido o primeiro ano em que o novo regulamento foi posto em prática. Declaram que existem alunos que não se candidataram por desconhecimento do novo formato e que os serviços de informações da DGES são incapazes de dar "resposta às solicitações individuais estudantis".

Desconhecimento é o maior problema

Falámos com alguns estudantes que ingressaram, este ano lectivo, na Universidade do Porto (UP) e se viram confrontados com o novo formato de candidatura. Rui Pinto, aluno do 1.º ano da licenciatura em Direito, afirma [Ouvir] que o sistema é simples, porém um pouco deficiente a nível de informações de prazos para os candidatos.

Cátia Dias, aluna do 1.º ano da licenciatura em Geologia refere [Ouvir] que o processo é demorado e que os alunos deviam ser melhor informados. A estudante da FCUP afirma que tem vários colegas que não pediram bolsa devido a desconhecimento.

João Carvalho, director dos Serviços de Ação Social da Universidade do Porto (SASUP) concorda que o novo formato é demorado e dá mais trabalho aos alunos que se querem candidatar à bolsa. No entanto afirma não haver razão para casos de desconhecimento por parte dos alunos.

"A informação é imediata no momento da candidatura ao Ensino Superior", defende. Para João Carvalho, a nível administrativo, o novo processo "não complicou nem simplificou" o trabalho de anos anteriores.

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