Bloco quer injectar 12 mil milhões na CGD

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Louçã disse que se a Grécia fosse um banco já teria sido salva Nuno Ferreira Santos/arquivo

Recapitalizar a Caixa Geral de Depósitos (CGD), injectando os 12 mil milhões de euros disponibilizados pela troika, e que “os bancos privados não querem”. E usar essa linha de crédito para dinamizar a economia e criar emprego. É a proposta avançada esta noite por Francisco Louçã.

Num jantar em Almada, no âmbito das jornadas parlamentares do partido, que decorrem até terça-feira no distrito de Setúbal, Francisco Louçã falou de um primeiro-ministro preocupado apenas em “sossegar os mercados” e sem soluções para a economia, para o emprego e para as pessoas.

“Há uma forma de criar moeda, que é criar crédito, pôr o banco público, o mais importante do País, que é a CGD, a ser recapitalizado, para ser ele o promotor de uma política de investimento e de crédito ao investimento”, frisou Louçã.

Segundo Louçã, quando Pedro Passos Coelho diz que é precisa austeridade e novos sacrifícios para “sossegar os mercados” é, na verdade, porque “não tem nenhuma solução” para a crise e para o desemprego.

“Se há uma crise na finança, usam-se catadupas de dinheiro”, acusou o coordenador do BE, que afirmou até que se a Grécia fosse um banco já estaria salva, assim está “paralisada” por uma dívida que se “agigantou” em ano e meio. “Se a Grécia não fosse um país, mas fosse um banco, não eram preciso nem 48 horas para nacionalizar, europeizar, financiar, apoiar, salvar a Grécia, mas como é um país, como são pessoas, então, sacrifícios”, acusou.

Renegociar a dívida continua assim a ser a bandeira bloquista. Contra uma “política de sacrifícios e de destruição”, o Bloco propõe, a par da renegociação da dívida, a defesa dos serviços públicos e, para isso, quer “juntar a esquerda”.

Numa intervenção centrada na questão europeia, com críticas à banca e sem qualquer comentário à votação obtida pelo BE nas eleições regionais da Madeira, na noite passada, Louçã alertou para uma Europa que está desfigurada, refém de uma “política da dívida” e de uma “economia do medo”.

O BE promete “trazer resistência à rua”, finalizou o líder do Bloco.

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