Presidentes que são "presidentas"

São intrusas num mundo de homens, são mulheres como Patrícia Amorim, Carolyn Still ou Rosella Sensi

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Patrícia Amorim foi eleita presidente do Flamengo em 2009 DR

Quando chegaram ao topo, todas tiveram de responder à questão: "Que faz uma mulher num sítio como este?". Intrusas num mundo de homens, mulheres como Patrícia Amorim, Carolyn Still ou Rosella Sensi mostram que a competência não escolhe género.

Passo a passo as mulheres estão a equiparar-se aos homens no desporto — exemplo disso é a proporção de participação feminina nos Jogos Olímpicos, que aumentou entre os 18 por cento de Moscovo1980 e os 43 por cento de Pequim2008 —, no entanto, no que diz respeito às esferas directivas, o caminho ainda promete ser longo.

Flora Viola, presidente do AS Roma durante três meses, em 1991, foi a pioneira numa lista onde figuram nomes como Teresa Rivera, uma andaluza com 13 filhos que, em 1994, se tornou na primeira mulher presidente de um clube espanhol (Rayo Vallecano) de La Liga, ou Svetlana Raznatovic, cantora com mais de dez milhões de discos vendidos nos países balcânicos, que assumiu a presidência do modesto Obilic Belgrado, entre 1998 e 2000.

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Rosella Sensi, administradora delegada do AS Roma DR

Às precursoras do passado, juntaram-se, mais recentemente, Rosella Sensi, administradora delegada do AS Roma (o clube italiano é o único a ter duas presidentes na sua história) desde a morte do pai, em 2008, até Março passado, e Gisela "Gigi" Oeri, a multimilionária presidente do suíço FC Basileia, desde 2006.

Atleta olímpica e "presidenta"

E se na Europa os exemplos de mulheres "chefes" no futebol são mais do que muitos — a mais recente é Carolyn Still que, com apenas 29 anos, é a nova directora geral do Mansfield Town, equipa da quinta divisão do futebol inglês — , no outro lado do Atlântico é o nome de Patrícia Amorim que sobressai.

A ex-nadadora, 28 vezes campeã brasileira de natação, nas provas dos 200 m, 400 m, 800 m e 1.500 m livre e atleta olímpica em Seul 1988, foi eleita presidente do Flamengo em 2009.

Também a nível federativo os elementos femininos começam a ganhar espaço, com Anita DeFrantz, advogada e presidente da Comissão Desporto e Mulheres do Comité Olímpico Internacional (COI), a ser a mais activa.

Mas, no quebrar de barreiras há nomes que são incontornáveis. Carol Isherwood foi a primeira mulher nomeada para o International Rugby Board (IRB). Além de Isherwood, também Sarah Lewis, secretária-geral da Federação Internacional de Esqui (FIS), foi responsável pelo nascimento (2011/12), de uma Taça do Mundo de salto de esqui feminino.

À lista há que acrescentar a espanhola Marisol Casado, presidente da União Internacional de Triatlo e membro do COI, entidade, que de acordo com uma entrevista de DeFrantz à AFP, em Outubro do ano passado, quer aumentar para 20 o número de mulheres em lugares de responsabilidade na sua estrutura nos próximos anos.

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