Quatro mortos no funeral de um dissidente curdo na Síria
O Observatório sírio dos Direitos do Homem, com sede em Londres, divulgou que pelo menos quatro pessoas morreram e várias ficaram feridas. Esta fonte disse não ter dados para dizer de onde partiram os disparos.
O dissidente curdo, Meshaal al-Tammo, era uma figura muito respeitada e tinha sido libertado da prisão no início deste ano. Imagens de vídeo transmitidas pela estação de televisão Al-Jazira mostravam a urna de Tammo coberta com a bandeira curda a ser levada pela população. "Saiam, saiam", gritavam os presentes.
Fares al-Tammo, o filho de Meshaal, disse à Al-Jazira a partir de Erbil, no Iraque, que os curdos culpam o regime de Assad por esta morte e que estão "zangados". "Este sangue é precioso para eles, eles não se renderão até que o regime caia e que Bashar al-Assad seja executado", disse.
Na sexta-feira, pelo menos 21 pessoas - entre elas o activista curdo de 53 anos que se juntara à recém criada frente de oposição Conselho Nacional Sírio - foram mortas na Síria. De acordo com os relatos obtidos pelos meios de comunicação, quatro homens mascarados entraram na casa de Meshaal al-Tammo e abriram fogo. A casa ardeu parcialmente e um filho do activista e um outro opositor e membro do Partido Curdo do Futuro que lá se encontrava ficaram feridos.
A multidão começou a juntar-se mal soube da notícia, ficando de vigília à porta do hospital para onde foi levado e, depois, compareceu em massa no funeral.
A agência oficial de informação SANA deu a notícia do assassínio de Tammo e especificou que foi morto por "homens armados que dispararam contra o seu carro a partir d eoutro carro, negro". O regime de Bashar al-Assad continua a divuklgar que os actos de violência na Síria se devem a "terroristas".
Segundo os activistas ouvidos pelo Observatório, pela Al-Jazira e pela Reuters, as autoridades reforçaram a presença militar junto às áreas onde vivem curdos, que são dez por cento de toda a população síria. Esta etnia tem uma queixa antiga de discriminação por parte do regime que foi herdado há 11 anos por Bashar do seu pai, Hafez Assad. Os curdos não podem, por exemplo, ensinar a sua língua nas escolas ou ter uma estação de rádio em curdo.
Na sexta-feira, um dia que os observadores consideraram de grande violência - em Homs, por exemplo, três idosos foram executados -, o Presidente russo, Dmitiri Medvedev, que tem sido um fiel aliado de Assad, manifestou-se pela primeir avez contra o regime de Damasco. Disse que, se Bashar al-Assad não começar a aplicar reformas, então deve sair do poder. Mas já não é isso que a população, que está há seis meses na rua, exige. Quer o fim do regime que respondeu às manifestações pró-democracia com repressão sendo o balanço destes seis meses, e segundo as Nações Unidas, de 2900 mortos, na sua grande maioria civis que participavam em manifestações.
notícia actualizada às 18h07