Autarca pede desculpas a Cavaco por falta de vereadores do PSD no Cartaxo

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Cavaco citou Almeida Garret e pediu a união Daniel Rocha (arquivo)

Os eleitos locais do PSD do Cartaxo - vereadores e elementos da assembleia municipal - não participam na inauguração de um parque público municipal na cidade e, em comunicado, lamentam que Cavaco Silva “patrocine a festa de despedida” de um autarca que consideram não corresponder aos valores que preconizam.

Em declarações aos jornalistas, Paulo Caldas acusou os eleitos locais do PSD de terem um “gesto pouco digno” e disse que, em conversa privada com o Presidente da República, lhe manifestou o seu “lamento” por esta ausência.

Cavaco Silva não falou do caso mas, no seu discurso, citou uma passagem de Almeida Garret, do livro “Viagens na minha terra”, para apelar à união.

“Dizia um proprietário de um café do Cartaxo a Almeida Garret: ‘Não briguemos’. Passando isso para os tempos que correm digo: não percamos tempo com querelas inúteis”, afirmou o Presidente da República.

Questionado pelos jornalistas se este seria o seu último acto público como presidente da Câmara do Cartaxo, Paulo Caldas, que já anunciou a sua saída antes do final do mandato, não se comprometeu com uma data para abandonar o cargo.

“Nunca me vou despedir do Cartaxo, serei sempre um cartaxeiro. Ainda vai haver mais inaugurações em que eu estarei”, frisou o autarca, não especificando se estará como presidente da câmara ou apenas como munícipe do concelho.

Ainda assim, Paulo Caldas não deixou de elogiar o seu vice-presidente, Paulo Varanda, referindo que confia no seu trabalho para tomar conta dos destinos do município.

Estas declarações decorreram à margem da inauguração do Parque Central do Cartaxo, um projecto da autarquia que representou um investimento de 4,5 milhões de euros com 85% de comparticipação de fundos do QREN.

Com a construção deste parque - que uniu dois jardins da cidade e implicou um desvio à estrada nacional 3 - o Cartaxo vai passar a dispor de 620 lugares de estacionamento à superfície e de mais 200 num parque subterrâneo construído de raiz. Este parque tem ainda parque infantil e sénior e uma zona de bares e restaurantes.

A autarquia não decidiu ainda, de forma definitiva, como vai ser feita a gestão do estacionamento, sabendo-se apenas que, até ao final do ano, os utilizadores vão estar isentos de pagamento.

A oposição, designadamente o Bloco de Esquerda, pede um referendo à forma de exploração deste parque subterrâneo e dos restantes lugares à superfície. Para já é a autarquia que assume a sua gestão.