Há mesmo um cão que abocanha um gato, que estás prestes a saborear um rato. O recorte é uma ínfima parte da instalação que o israelita Noma Bar apresentou na galeria da Outline Editions, em Londres – a propósito do Festival de Design de Londres.
Num dos cantos do espaço, o designer gráfico colocou um cão de plástico preto com aspecto ameaçador, uma máquina interactiva com o volume aproximado de uma máquina de “arcade”.
Até ao dia 30 de Setembro as pessoa alimentaram a fera – as feras – com folhas coloridas de diferentes materiais e remisturaram recortes inventados pelo próprio Noma Bar (muitos deles estão no livro “Negative Space”, que dá seguimento a “Guess Who?”).
Os visitantes tiveram à disposição dez desenhos originais, alguns deles retirados directamente das memórias do designer. “Tudo tem dois lados”, disse o artista ao “The Independent” sobre o seu puzzle.
Bar fez as suas próprias interpretações ao vivo, sendo que as obras serão posteriormente numeradas, assinadas e colocadas à venda. O preço andará entre 20 e 300 libras.
Espaço negativo
Há cerca de sete anos que o designer se especializou nos jogos de formas positivo/negativo, aquilo a que o israelita chama de “espaço negativo”.
Noma Bar foi para Londres em 2001 – depois de ter cumprido serviço militar entre os 18 e os 21 – à procura de fortuna carregando um portfólio de tipografia hebraica.
Essa arte não lhe deu de comer, mas a ilustração funcionou. O interruptor foi uma ilustração de Shakespeare, capa da “Time Out” Londres. “Também foi o meu momento ‘ser ou não ser’”, conta Bar.
