TAP responde à Ryanair e diz que é tempo de pôr um fim à "chantagem"

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Em causa está a transformação do terminal 2 da Portela numa infra-estrutura com preços reduzidos Foto: Carlos Lopes

Em reacção a um comunicado divulgado hoje pela low cost irlandesa, a transportadora nacional diz que a Ryanair “está habituada a agredir e ofender impunemente”.

Ao PÚBLICO, fonte oficial da companhia de aviação afirmou que o crescimento da transportadora de baixo custo “se deve aos subsídios e apoios que recebe que distorcem as regras de uma concorrência leal que sempre existiram entre as companhias de aviação, com benefícios para os passageiros”.

E acrescenta que “a Ryanair está habituada a agredir a ofender impunemente” e que “é tempo de compreender que a chantagem e a intimidação são armas sem futuro”.

Estas declarações surgem em reacção a um comunicado divulgado hoje pela low cost irlandesa, acusando as companhias de aviação tradicionais de barrarem a sua entrada em Lisboa, onde pretendia instalar uma base aérea.

“A RENA [associação das companhias tradicionais] sabe que as leis comunitárias já prevêem que sejam dadas as mesmas condições comerciais e incentivos, mas as companhias com preços elevados que representa preferem queixar-se em vez de reduzir as tarifas e competir com os preços e crescimento de tráfego da Ryanair”, referiu a transportadora irlandesa.

Este é apenas mais um episódio num conflito que dura há vários anos, com especulações sobre os descontos que estão a ser concedidos às empresas de baixo custo. Além de serem as maiores beneficiárias dos apoios à criação de novas rotas (atribuídos pela ANA e pelo Turismo de Portugal), soube-se agora que conseguem reduções de preços nos serviços de assistência em terra.

Numa entrevista recente ao PÚBLICO, o presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary assumiu que a transportadora recebe descontos na assistência em terra da Portway (empresa detida pela ANA), nas bases aéreas que instalou no Porto e em Faro.

Além dos descontos, está também em causa a transformação do terminal 2 do aeroporto da Portela numa infra-estrutura com preços mais reduzidos, que, tendo em conta o modelo de negócio das low cost, tenderia a atrair este tipo de empresas.

Este conflito motivou, aliás, reuniões entre a TAP e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa. O último encontro com António Costa ocorreu ontem e foram discutidas as consequências da transformação do terminal 2 e o papel da TAP para o sector do turismo e a região de Lisboa

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