Tribunal declara actividade da Bwin ilegal em Portugal
Sentença obriga ao pagamento de 50 mil euros por cada dia de infracção, refere um comunicado da Estoril Sol, que está em conflito com a operadora de jogo online há vários anos.
De acordo com a nota enviada às redacções, o Tribunal das Varas Cíveis do Porto “declarou ilegal a actividade da Bwin em Portugal, proibindo a efectivação de qualquer publicidade ao [seu] site”.
“A infracção a estas disposições faz incorrer a Bwin, a título de sanção pecuniária compulsória, ao pagamento de 50 mil euros por cada dia em que perdurar a infracção à referida proibição”, refere o comunicado, acrescentando que “um eventual recurso não tem efeitos suspensivos desta decisão”.
Como consequência, o patrocínio da marca à Taça da Liga fica em risco. Em declarações à Lusa, fonte da Liga Portuguesa de Futebol Profissional referiu que “a decisão ainda não transitou em julgado, não é definitiva”, avançando que haverá recurso à mesma.
Esta decisão acontece depois de a Associação Portuguesa de Casinos e várias concessionárias (grupo no qual se inclui a Estoril Sol) terem requerido, em 2005, uma providência para suspender o contrato de patrocínio entre a Bwin e a Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
Nessa altura, o tribunal considerou a actividade da empresa ilegal e o contrato ilícito, mas decidiu indeferir o pedido “por considerar que os danos daí decorrentes não eram irreparáveis”.
Em 2007, a Associação Portuguesa de Casinos e as concessionárias voltaram a interpor uma acção no tribunal, que resultou na decisão hoje conhecida. “Ficou, pois, demonstrado que (...) se justifica uma legislação nacional, como a portuguesa, que reserva a exploração de jogos de fortuna e azar a operadores nacionais devidamente licenciados”, refere a Estoril Sol.
No comunicado, a concessionária, que detém os casinos de Lisboa, Estoril e Póvoa do Varzim acrescenta que esta sentença “vem suprir (...) a ausência de qualquer acção do Estado no sentido de aplicar essa legislação e de impedir, como lhe competia, a oferta e publicidade ilegais aos jogos de fortuna e azar na Internet”.
Contactada pelo PÚBLICO, a Bwin ainda não prestou declarações sobre este tema.