Redes e apps ainda não substituem SMS

Foram enviadas 6,5 mil milhões de mensagens escritas no primeiro trimestre no país. Crescimento tem diminuído ao longo dos anos

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Redes sociais e serviços de mensagens instantâneas no telemóvel ameaçam o sucesso dos SMS (DR)

Quando os SMS surgiram, as operadoras não lhes reconheciam valor comercial. Usavam-nas apenas como ferramenta para avisar o utilizador sobre novos serviços ou anomalias na rede. Estávamos em 1992 e não se concebia que alguém preferisse comunicar via palavra escrita em ecrã minúsculo e a preto e branco, quando podia falar pelo mesmo aparelho.

No primeiro trimestre deste ano os portugueses enviaram mais de 6,5 mil milhões de mensagens escritas. Número que, apesar da ligeira quebra em relação ao trimestre anterior (4,3 por cento), representa um crescimento de 2,4 por cento, quando comparado com período homólogo de 2010.

Passaram quase 20 anos. E o desafio dos SMS mudou: já não precisam de dar provas de utilidade, mas debatem-se com uma concorrência nunca antes vista - redes sociais e serviços de mensagens instantâneas no telemóvel, como o WhatsApp ou Viber, tendencialmente gratuitos, ameaçam o sucesso dos SMS.

Desaceleração no crescimento  

Falar do desaparecimento do serviço é, apesar disso, uma previsão infundada e prematura: o que existe é “desaceleração no crescimento”, diz o relatório da ANACOM, que garante que os números do último trimestre se encontram “dentro do intervalo de previsão resultante da tendência histórica e do efeito sazonal estimado”.

No primeiro trimestre de 2011, registou-se em Portugal uma média mensal de 292 mensagens por habitante, o que representa 10 mensagens enviadas por dia.

Globalmente, o crescimento do número de mensagens escritas em 2010 foi de 3,2 por cento, menos 6,1 pontos percentuais do que em 2009, uma desaceleração no crescimento que tem sido regra nos últimos anos.

A comunicação através de mensagens multimédia apresentou um crescimento significativo: no primeiro trimestre de 2011, os utilizadores enviaram 35,3 milhões de MMS, número que representa um crescimento de 39,2 por cento, face a período homólogo de 2010, e 3,6 por cento em relação ao trimestre anterior. Os valores absolutos não são, no entanto, significativos: cada utilizador envia, em média, sete mensagens multimédia por mês.

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