O mistério do comboio do Vinho do Porto

Quanto custa, afinal, a manutenção?

Em 2004, a CP investiu um milhão de euros na reabilitação de um comboio com oito carruagens panorâmicas que estava destinado a circular na Linha do Douro. O projecto, concretizado em parceria com o Instituto do Vinho do Porto e Douro, morreria, contudo, quatro anos depois, porque assentava num contrato, que falhou, de angariação de publicidade decorativa (para afixar nas carruagens) junto das empresas produtoras e comercializadoras de vinhos da região.

"Em quatro anos, o comboio circulou 250 vezes, mas a CP acabou por decidir a sua desafectação do serviço", conforme disse ao PÚBLICO o então porta-voz da empresa, Carlos Madeira, em Setembro de 2009.

E é aqui que reside o mistério do comboio do Vinho do Porto, como também era conhecido: o antigo porta-voz da empresa informou, então, que as carruagens careciam de "importantes trabalhos de manutenção", avaliados em um milhão de euros (valor igual ao do investimento inicial), e essa terá sido a razão para o abandono do projecto.

Porém, dois anos depois, a actual porta-voz da CP, Ana Portela, revela que das oito carruagens panorâmicas em causa, cinco poderão reunir condições para circular "com a realização de operações de revisão e correcções estruturais pontuais", que segundo o PÚBLICO apurou, não ultrapassam algumas centenas de milhar de euros. O malogrado comboio está desde então parqueado, sem utilização, na estação de Contumil. C.C.

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