FC Porto é mais terrestre sem Hulk

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O Feirense foi capaz de parar o FC Porto em Aveiro Miguel Vidal/Reuters

O FC Porto torna-se numa equipa mais terrestre quando abdica ou não pode contar com Hulk. E isso torna-se ainda mais evidente se James Rodríguez estiver num dia desinspirado, como neste domingo, em Aveiro.

O Feirense teve duas bolas nos ferros da sua baliza e foi feliz noutras situações, mas também fez muito para justificar o nulo e o primeiro tropeção portista na Liga. A equipa de Santa Maria da Feira já tinha tido demonstrações de qualidade noutras jornadas, designadamente na Luz. Subiu ao escalão principal ao fim de muitos anos e tem um dos orçamentos mais baixos, mas nem isso a tem impedido de se afirmar pela qualidade do seu jogo e dos seus jogadores, quase todos portugueses, o que é notícia.

Mas na primeira parte houve mais demérito do FC Porto, que estreou o central Mangala e abdicou do “trinco” Fernando. Lá atrás começaram por funcionar Guarín e João Moutinho, sobrando Belluschi para o apoio ao ataque. Mas faltou a mobilidade e, principalmente, a velocidade e a intensidade de jogo que, normalmente, caracterizam o futebol portista.

Não demorou, por isso, a sobressair a boa organização do Feirense. Logo aos 4’, Rabiola quase aproveitava, de cabeça, uma boa jogada de Sténio e, aos 7’, ficou a dúvida se Diogo Cunha não foi derrubado na área portista.

Num primeiro tempo com poucos lances de perigo, o FC Porto apenas ameaçou num remate à meia volta de Rodriguez (35’) e num contra-ataque em que Guarín assistiu de calcanhar, mas o remate de Belluschi saiu torto.

O FC Porto surgiu, no recomeço, com Varela no lugar de Kléber. O lugar deste último passou a ser ocupado (a espaços) por James Rodríguez, uma opção que não deixa de ser estranha numa equipa que tinha Walter no banco.

Os portistas tornaram-se mais dinâmicos e velozes e Cristian Rodríguez cabeceou à trave. Mas, pelo meio, Diogo Cunha desperdiçou de forma escandalosa uma oportunidade em que Guarín funcionou como guarda-redes.

Vítor Pereira trocou então Cristian Rodríguez por Defour, passando Guarín para a direita. O FC Porto incentivou a pressão e João Moutinho rematou à trave. Mas o Feirense nunca se descompôs e continuou a tentar contra-atacar, com Carlos Fonseca a ameaçar por duas vezes a baliza de Helton. O técnico portista assumiu então o risco total. Saiu Sapunaru, entrou Djalma, que funcionava como falso lateral direito. É verdade que o FC Porto voltou a poder marcar por Varela e Rolando, mas o lance mais perigoso pertenceu a Ludovic, que se isolou e rematou perto do alvo.

Nos instantes finais, e quando tentava contra-atacar, James Rodríguez foi agarrado por Rabiola e reagiu mal, sendo expulso, o que o vai impedir de defrontar o Benfica na próxima jornada. Mais uma má notícia para o FC Porto.

POSITIVOFeirense

É uma equipa com ideias e personalidade. Foram várias as exibições positivas, a começar pelo central Henrique. Mas também Mika, Diogo Cunha e Carlos Fonseca merecem destaque.


NEGATIVOJames Rodríguez

O jovem colombiano perdeu a cabeça no final, respondeu a uma falta de Rabiola e foi (bem) expulso. Foi o culminar de uma exibição em que, tal como à equipa, as coisas raramente lhe saíram bem. O castigo vai ser ficar de fora frente ao Benfica.


Ficha de Jogo

Feirense, 0


FC Porto, 0


Jogo no Estádio Municipal de Aveiro.Assistência cerca de 12.000 espectadores.

Feirense

Paulo Lopes, Pedro Queirós, Luciano, Nuno Henrique, Mika, Varela, Sténio (Cris, 57’), Miguel Pedro (Ludovic, 65’), Diogo Cunha (André Fontes, 78’), Carlos Fonseca e Rabiola. Treinador Quim Machado

FC Porto

Helton, Fucile, Rolando, Mangala, Sapunaru (Djalma, 82’), Guarín, João Moutinho, Belluschi, James Rodrigues, Cristian Rodriguez (Defour, 69’) e Kléber (Varela, 46’). Treinador Victor Pereira

Árbitro

Bruno Esteves, de Setúbal.

Amarelos

Diogo Cunha (16’), Pedro Queirós (29’), Fucile (44’), Mangala (66’), Rolando (72’), Rabiola (90+2’).

Vermelho directo

James Rodriguez (90+2’).

Notícia actualizada às 21h50
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