Jornal Sol assinala cinco anos com “militância” de leitores fiéis
“Sinto uma militância dos leitores que não sentia no Expresso. Embora sejam menos, são militantes, são leitores fiéis, que gostam de nós, que lutam por nós”, disse José António Saraiva à agência Lusa.
Reconhecendo que as vendas estão aquém do esperado quando o título foi lançado, o ex-director do Expresso diz contudo que o Sol se destacou pela positiva na “capacidade de produzir casos que agitaram muito o país” nos últimos anos: o processo Face Oculta, o caso dos submarinos, o Freeport ou o recente episódio em torno de Duarte Lima.
José António Saraiva realça ainda a aposta do título no mercado da lusofonia: “Já estamos à venda em Angola, Moçambique e Cabo Verde, vamos agora para São Tomé”, disse, reconhecendo que a viabilidade do jornal “passa muito por aí, não tanto em termos de vendas mas em termos comerciais”.
Só em Angola, disse, o mercado publicitário está a crescer “a dois dígitos por ano”, ao contrário do que sucede em Portugal, onde a retracção tem marcado o sector.
A “instabilidade accionista” e a “crise económica” despoletada em 2008 são as razões apontadas pelo director para o jornal não ter superado o concorrente Expresso em termos de vendas.
No que à estrutura accionista diz respeito, a entrada de capital angolano permitiu a viabilização do projecto, que chegou a estar em vias de fechar, nomeadamente quando o BCP saiu do título.
“Neste quadro chegarmos ao fim destes cinco anos nas situações em que chegámos, acho que foi um milagre. Sinto que qualquer outro projecto teria morrido entretanto”, disse José António Saraiva à Lusa, sublinhando a “chama interior muito forte” do jornal e a “sorte” que foi a entrada de capital angolano.
“Todos os sinais que tenho da estrutura accionista são de avanço de investimentos e não de recuo”, destacou ainda o director do semanário.
O Sol assinala cinco anos na sexta-feira.