Man. United de segunda linha sai de Lisboa com um empate lisonjeiro

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Gaitán fez o passe para o golo de Cardozo que abriu o marcador Nuno Ferreira Santos

Os “encarnados” estiveram a ganhar, mas permitiram a igualdade à formação inglesa ainda antes do intervalo. Na segunda parte, não houve golos e o jogo acabou 1-1.

O empate agradou bem mais ao Manchester United do que ao Benfica nesta estreia da fase de grupos da Liga dos Campeões. Frente ao campeão inglês e vice-campeão europeu, a equipa portuguesa bateu-se com determinação e sempre com a vitória como objectivo, perante um Estádio da Luz rendido ao regresso das grandes noites europeias. Sem muitos dos seus habituais titulares, os ingleses acabaram por alcançar um ponto suado num encontro que colocou frente a frente os dois principais candidatos à fase seguinte da Liga dos Campeões do Grupo C. Cardozo foi o herói do encontro, voltando a manifestar a sua vocação para marcar a adversários britânicos.

O Benfica demorou pouco mais de um quarto de hora a perder o respeito ao vice-campeão europeu. Até lá, a equipa não disfarçou alguma reverência pelo adversário, apesar deste apresentar, em grande medida, as sua segundas linhas em Lisboa. Na realidade, do “onze” inicial que no último fim-de-semana esmagara fora o Bolton, por 5-0, restavam três jogadores, entre eles o letal Wayne Rooney.

A ideia de Alex Ferguson era clara: poupar, tanto quanto possível, alguns dos principais jogadores com vista ao embate com o Chelsea, no domingo, para a Liga inglesa. Para já, estreava-se na Liga dos Campeões com uma estatística expressiva na principal competição interna, onde protagonizou o melhor arranque de campeonato da sua história. Em quatro jornadas somou quatro vitórias, com nada menos do que 18 golos marcados (média de 4,5 por encontro), oito dos quais de Rooney.

Mas os planos do treinador inglês ameaçaram uma revisão aos 24’, quando um grande trabalho de Gaitán e Cardozo abriu o marcador na Luz, com um grande golo do ponta-de-lança paraguaio, após uma assistência de trivela do médio argentino. Um revés para os ingleses a interromper uma imbatibalidade nos jogos fora de casa nas competições europeias, que durava há 528 minutos.

O golo desinibiu os “encarnados”, que se soltaram, aumentando o ritmo do encontro. Algo que, nitidamente, não fazia parte da estratégia do United, para quem um empate em Lisboa não seria um resultado muito comprometedor face à restante concorrência do Grupo C. Mas mesmo sem alinhar com as suas estrelas maiores, há sempre espaço para talento no United, qualquer que seja a idade do protagonista. Aos 42’, um discreto Giggs, de 37 anos, aproveitou uma jogada de Valência, na direita, e algum espaço à entrada da área para disparar para o golo do empate. Um golo contra a corrente da partida e na primeira real oportunidade do conjunto britânico.

A defesa de Artur

Tal como na primeira metade da partida, o Benfica começou por sofrer no reatamento, com alguns calafrios na sua linha defensiva, mas voltou rapidamente a desembaraçar-se das amarras, com Aimar a abrir as hostilidades e a levar a bola a passar bem perto do poste de Lindergaard. Jesus acreditou no triunfo e, aos 56’, fez entrar Nolito, retirando Rúben Amorim, o único português em campo.


Ao contrário do esperado, em défice no meio-campo, com Javi García a recuar perigosamente para junto dos centrais, a equipa portuguesa passou pelo seu pior período, valendo Artur para salvar um novo golpe do veterano Giggs.

Os “encarnados” acusaram o toque, recompuseram-se e estiveram muito perto de marcar aos 66’ (Nolito) e 68’ (Emerson). Com a partida tão em aberto e com o adversário a não abdicar dos três pontos, Ferguson retirou do banco Hernández e Nani, aos 68’. Jesus respondeu com Matic para reforçar e equilibrar o meio –campo e saiu a ganhar, com a sua equipa a encostar o United e a criar mais um trio de oportunidades para vencer o encontro. A resposta inglesa surgiu nos derradeiros momentos e foi residual.

Para todos os efeitos, o Benfica entrou com o pé direito na Liga dos Campeões.

Positivo
Cardozo

Seja qual for o nome do adversário inglês que Óscar Cardozo encontre pela frente, o ponta-de-lança paraguaio nunca perdoa. Ontem, frente ao Manchester United, apontou o sétimo golo nestes seus duelos particulares, que já haviam beliscado, e bem, as duas equipas da vizinha Liverpool.


Jorge Jesus

Arriscou e soube mexer na equipa, mas ainda falta algum ritmo a alguns dos seus jogadores para aspirar a mais altos voos.


Ryan Giggs

Foi por causa do veterano galês de 37 anos que Alex Ferguson teima em confiar que o United saiu de Lisboa com um ponto. E até poderia ter dado a vitória à sua equipa, se Artur não estivesse atento nas redes “encarnadas”. Entre estes dois momentos de inspiração, até esteve discreto.


Manchester United

Apesar do empate, a estatística frente ao Benfica continua a ser muito desequilibrada. Ontem, registou-se o primeiro empate entre duas equipas velhas conhecidas, que contabilizam ainda em oito encontros disputados, seis vitórias para os ingleses e apenas uma para os portugueses.


NegativoWayne Rooney

Mesmo a titular, foi o jogador que mais se poupou para a partida com o Chelsea, no domingo, na quinta jornada da Liga inglesa. Uma autêntica nulidade ao longo do encontro e ainda bem para os lisboetas.


Jogo no Estádio da Luz, em Lisboa.
Assistência 63.800 espectadores.

Benfica

Artur, Maxi Pereira, Luisão, Garay, Emerson, Javi Garcia, Witsel, Rúben Amorim (Nolito, 56’), Aimar (Matic, 75’), Gaitàn (B. César, 90+1’) e Cardozo.


Treinador

Jorge Jesus

M. United

Lindegaard, Fábio (Jones, 76’), Evans, Smalling, Evra, Fletcher (Hernández, 69’), Carrick, Giggs, Valência (Nani, 69’), Rooney e Park Ji-Sung.


Treinador

Alex Ferguson

Árbitro

Damir Skomina, da Eslovénia. Amarelos Rooney (27’), Aimar (39’), Maxi Pereira (61’), Carrick (65’) e Gaitán (69’).


Golos

1-0, por Cardoso, aos 24’


1-1, por Giggs, aos 42’


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