Jardim quer mais autonomia, acusa candidato PS de traição e CDS de estar feito com socialistas

O cabeça de lista do PSD às eleições legislativas regionais insistiu nesta terça-feira no alargamento da autonomia da Madeira, considerando que a região tem direito de ser senhora do seu destino.

“Temos que ter mais autonomia, nós somos uma terra livre, temos o direito de ser senhores do nosso destino”, afirmou Alberto João Jardim.

Num comício no Campanário, concelho da Ribeira Brava, o também líder do PSD-Madeira declarou: “Se a gente já tivesse um sistema de impostos próprio, se a gente já tivesse todos os poderes económicos na nossa mão, se nós já tivéssemos todas as leis sobre ordenamento do território na nossa lei, eles não nos tinham feito aquilo que fizeram. Eles não tinham tentado fechar a Zona Franca. Eles não tinham feito as poucas-vergonhas que infelizmente continuam a fazer à Madeira”.

Perante mais de mil pessoas, Alberto João Jardim enumerou as prioridades dos sociais-democratas para a região que disse incluírem, além do alargamento da autonomia, a manutenção do Estado social, a conclusão das obras em curso e de outras já lançadas e a restauração das finanças da Madeira.

Referindo-se à Lei das Finanças Regionais, que acusou de ter tirado “centenas de milhões de euros” à Madeira, o candidato explicou que “não podia parar a vida” dos madeirenses.

“Aumentei a dívida, mas não fechei as escolas, não fechei os centros de saúde e as obras fizeram-se, e todos os dias estou a fazer inaugurações”, salientou, entendendo que se não tivesse realizado investimentos “fazia a vontade da oposição”.

Sobre a oposição, o cabeça de lista do PSD -- e presidente do governo regional desde 1978 -- classificou o candidato socialista de ‘traidor’.

“Foi ele que, em nome do PS da Madeira, cozinhou com Sócrates a tal lei que roubou a Madeira”, acrescentou Alberto João Jardim, que acusou o CDS de “estar feito” com os socialistas, porque se absteve na aprovação da lei, e de, apesar dos seus elementos se dizerem “cristãozinhos”, “tentaram fechar o jornal da Igreja” [Jornal da Madeira, órgão detido maioritariamente pelo Governo Regional].

O cabeça de lista social-democrata criticou, ainda, os “ordenadões que a televisão de Lisboa paga aos senhores mandões”, numa alusão à RTP-Madeira, lamentando que o Governo, de coligação PSD/CDS-PP, ainda não tenha colocado “no olho da rua a administração socialista de Lisboa”.

Alberto João Jardim defendeu, novamente, a necessidade de se “fazer uma verdadeira revolução em Portugal, um 26 de Abril, que mude o sistema político, porque se o País não fizer uma revolução contra Lisboa, Lisboa continuará a fazer aquilo que quer de todos” os portugueses.

“Quando falo de Lisboa não estou a falar do Continente, porque uma coisa é o povo do Continente, portugueses como nós, solidários que estamos com eles e eles connosco, e outra coisa são os interesses, financeiros, económicos, políticos e a Maçonaria que está metida em Lisboa”, especificou o candidato.

As eleições para a Assembleia Legislativa Regional realizam-se a 9 de Outubro. Nas últimas, em 2007, antecipadas na sequência da demissão do presidente do governo regional devido à aprovação da Lei das Finanças Regionais pelo governo socialista de José Sócrates, o PSD conquistou 33 dos 47 lugares no Parlamento Regional, ao conseguir uma votação de 64,24 por cento.

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