No jogo dos três penáltis de Cardozo ganhou o Benfica

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Cardozo foi o homem do jogo Foto: Marcos Borga/Reuters

Dois golos de grande penalidade - num total de três assinalados a favor do Benfica - marcados por Óscar Cardozo deram o triunfo (2-1) dos lisboetas ante o Vitória de Guimarães, num jogo em que o resultado sugere um equilíbrio que, de facto, nunca existiu.

Sem ter feito um jogo de eleição, o Benfica foi quase sempre superior, mas não soube aproveitar nenhuma das diversas oportunidades de bola corrida que criou.

Antes do jogo, o treinador dos vimaranenses salientou o facto de o adversário ter sofrido golos em 25 dos últimos 29 jogos oficiais. Sabia Rui Vitória das debilidades da defesa adversária e, também, do efeito nefasto que as suas palavras poderiam causar ao opositor. Não surpreendeu, portanto, que os minhotos entrassem a toda a brida, acercando-se da baliza contrária em duas ocasiões e obrigando o guarda-redes Artur a aplicar-se numa delas. O que causou alguma surpresa foi o facto de depois, e quase até final da partida, os vimaranenses terem quase desistido de atacar.

Ainda na primeira parte haveriam os lisboetas de ser contemplados com três lances de penálti. O primeiro, cometido por N’Diaye, é nítido em todo o estádio e completamente escusado. Foi o lance que permitiu a Cardozo abrir o resultado. O segundo é duvidoso e só as imagens televisivas parecem dar razão aos protestos do médio El Adoua, que bem barafustou alegando não ter metido a mão à bola. Valeu que o avançado paraguaio, desta feita, acertou em cheio na barra. O terceiro lance, novamente convertido pelo sul-americano e do mesmo modo como fizera na primeira tentativa (Nilson para a direita e bola para a esquerda) não existiu. N’Diaye não meteu a mão à bola mas esta, rematada por Saviola, embateu-lhe no ombro, apesar do movimento dos braços do senegalês sugerir mão na bola.

Na segunda parte, ao contrário do que seria de esperar, uma vez que tinha de recuperar de uma desvantagem de dois golos, o V. Guimarães continuou retraído, ao passo que o Benfica, mesmo sem imprimir grande velocidade (Aimar e Nolito só entraram aos 56 minutos) continuou a desenhar os lances mais perigosos. Nilson, e também a pontaria menos clarividente dos lisboetas, impediram o dilatar do resultado.

E foi quando menos se esperava, numa bola metida para as costas de Emerson e a apelar à velocidade de Edgar, que o avançado brasileiro, com surpresa, reduziu a desvantagem.

O lance não convenceu, no entanto, os seus companheiros a abandonar a táctica defensiva, baseada numa parede compacta levantada entre a linha de meio-campo e a entrada da própria área.

Até final da partida haveria o Benfica de construir ainda alguns lances de apuro para o adversário (valeu o desacerto de Emerson, Witsel, Gaitán e Cardozo, assim como as estiradas de Nilson). E como os “encarnados” não marcaram, haveriam de ser os vimaranenses, bem mais espevitados após a entrada de Nuno Assis, a causar um derradeiro calafrio, depois de mais uma bola lançada para as costas do defesa esquerdo Emerson.

O árbitro Duarte Gomes, que assinalou três penáltis em 12 minutos, vai enfrentar uma semana dura.

POSITIVOMaxi Pereira

O lateral direito uruguaio foi, uma vez mais, o principal dinamizador ofensivo. Funcionou quase sempre como um extremo, ganhando inúmeras vezes a linha final e conquistando cantos em série.


Gaitán e Nuno Assis

Evidenciou-se pela capacidade que tem em jogar em todo o lado, seja na direita, na esquerda ou ao centro. O vimaranense atiçou um lume que era brando.


NEGATIVON’Diaye

Até estava a jogar bem mas, ao fazer o primeiro penálti, borrou a pintura. Merecia umas orelhas de burro.


Ficha de jogo

Benfica, 2


V. Guimarães, 1


Jogo no Estádio da Luz, em Lisboa.Assistência 38.917 espectadores.

Benfica

Artur, Maxi Pereira, Luisão, Garay, Emerson, Javi García, Witsel, Bruno César (Nolito, 57’), Gaitán (Matic, 89’), Saviola (Aimar, 61’) e Cardozo. Treinador Jorge Jesus.

V. Guimarães

Nilson, Alex, João Paulo, N’Diaye, Bruno Teles, El Adoua, Leonel Olímpio (João Alves, 70'), Barrientos (Nuno Assis, 57'), Faouzi, Toscano (Soudani, 82') e Edgar. Treinador Rui Vitória.

Árbitro

Duarte Gomes, de Lisboa.

Amarelos

Alex (20’), João Paulo (35’), El Adoua (35’), Bruno Teles (42’), N’Diaye (45’), Garay (69’), Emerson (84’), João Alves (86’) e Maxi Pereira (88’).

Golos

1-0, por Cardozo (g.p.), aos 33’; 2-0, por Cardozo (g.p.), aos 45’+1’; 2-1, por Edgar, aos 63’.

Notícia actualizada às 21h53
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