Ministro francês acusa Governo sírio de cometer “graves crimes”

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Juppé disse que a repressão na Síria é "inaceitável" Stringer/Reuters

“A forma como [a Síria tem] reprimido os protestos é inaceitável”, disse Juppé em Moscovo, em resposta à recusa, até agora, da Rússia, em juntar-se a uma condenação da Síria no Conselho de Segurança das Nações Unidas, bloqueando uma resolução há meses.

Mas as suas palavras não pareceram ter grande efeito sobre o seu homólogo russo, Serguei Lavrov. "A prioridade hoje é inincar um diálogo, negociações. Incitar certas forças da oposição ao boicote é uma via perigosa, que pode conduzir ao cenário líbio, que nem a Rússia nem a França querem", martelou.

A Rússia tenta, no entanto, ter um papel a desempenhar na crise síria. Uma delegação da oposição síria será recebida quinta e sexta-feira pelo representante especial do Presidente russo para África e as crises no mundo árabe, Mikhaïl Marguelov, e na segunda-feira Boutheina Chaabane, conselheira do Presidente Bashar Al-Assad virá a Moscovo para ter vários encontros, diz a AFP.

A União Europeia já enveredou pelo embargo das importações de petróleo da Síria, e deu sinais de que poderá torná-las mais graves. Diplomatas em Bruxelas falam numa interdição de novos investimentos no sector petrolífero e também de medidas visando uma cadeia de televisão, adianta a AFP.

O ministro das Finanças sírio, Mohammad al-Jleilati, já garantiu que as sanções em vigor "não irão prejudicar a Síria" e que Damasco vai tentar expandir as suas relações com nações asiáticas, que não especificou. A China é outro país com assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas que tem impedido a aprovação de uma resolução condenando a Síria.

Homs cercada e calada

As forças de segurança sírias iniciaram, nesta quarta-feira, uma grande operação na cidade de Homs, causando pelo menos sete mortos e 20 feridos. A repressão nesta região tem-se intensificado nos últimos dias, onde são cada vez mais frequentes operações do Exército e das forças de segurança, que se encontram distribuídas por zonas estratégicas da localidade.

Residentes dizem que Homs está cercada, as redes de comunicação foram cortadas, e que se ouvem disparos pela cidade.

Entretanto, a visita do secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Al-Arabi, prevista para hoje em Damasco, foi adiada para sábado, a pedido da Síria por “razões objectivas”, informou a agência oficial síria SANA. A visita de Arabi tem como objectivo pedir ao Presidente Bashar al-Assad que acabe com a repressão contra os manifestantes pró-democracia e que organize um escrutínio presidencial para 2014.

A Liga Árabe tem uma reunião para 13 de Setembro, onde se irá discutir a situação na Síria.

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