Cabo Verde elege próximo Presidente

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Na primeira volta, Jorge Carlos Fonseca obteve 37,3 por cento Miguel Madeira (arquivo)

Manuel Inocêncio Sousa ou Jorge Carlos Fonseca. Um dos dois é hoje eleito Presidente da República de Cabo Verde, na segunda volta das eleições, sucedendo a Pedro Pires. A disputa tem desfecho incerto, em muito por causa das divisões no PAICV (Partido Africano da Independência de Cabo Verde), no Governo.

Na primeira volta, a 7 de Agosto, Jorge Carlos Fonseca, apoiado pelo MpD (Movimento para a Democracia), a maior força da oposição, obteve 37,3 por cento contra 32 de Inocêncio Sousa, o candidato oficial do PAICV.

Inocêncio enfrentou não só o seu adversário de hoje mas também Aristides Lima, ex-presidente da Assembleia Nacional e seu colega de partido. Favorito do Presidente da República cessante, Pedro Pires, apoiado por destacadas figuras do PAICV, Lima obteve 27,4 por cento dos votos. Um quarto candidato, Joaquim Jaime Monteiro, ficou-se pelos dois por cento.

Se as divisões da primeira volta forem postas de lado, e conseguir unificar o eleitorado que em Fevereiro reforçou a maioria absoluta do PAICV nas legislativas, Inocêncio, de 60 anos, nascido em São Vicente, será eleito, tornando-se o quarto Presidente do país, depois de Aristides Pereira, Mascarenhas Monteiro e Pedro Pires. Uma derrota deste candidato, escolhido pelo primeiro-ministro e líder do partido, José Maria Neves, terá consequências políticas e partidárias.

A incerteza sobre a votação de hoje é maior porque Aristides Lima invocou a natureza “suprapartidária” da sua candidatura e escusou-se a dar indicação de voto em Inocêncio. “Não tenho direito nem a competência para dar a ninguém uma indicação de voto, pois não sou dono dos votos de ninguém”, disse numa mensagem aos apoiantes.

A esperança de Jorge Carlos Fonseca, jurista de 60 anos, nascido também em S. Vicente, passa em parte pelo comportamento do eleitorado que há duas semanas votou em Lima. A UCID (União Cabo-verdiana Independente e Democrática), único dos pequenos partidos com representação parlamentar, que apoiou este candidato no dia 7, resolveu não dar indicação de voto. Mas não esconde que deseja, acima de tudo, a derrota do candidato do PAICV e o seu líder, António Monteiro, assumiu que vota em Fonseca.

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