Primeiro-ministro indiano critica greve de fome de activista anti corrupção

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Hazare exige que o Governo adopte uma mais dura criminalização da corrupção Foto: Adnan Abidi/Reuters

O chefe de Governo na Índia, Manmohan Singh, lançou-se hoje em críticas ferozes à campanha de protestos anticorrupção iniciada por um activista, cuja greve de fome “até à morte” qualificou como “totalmente infundada” e mesmo “um desafio inconstitucional à autoridade” do executivo.

“A via que Anna Hazare escolheu não tem nenhum fundamento”, afirmou Singh esta manhã no Parlamento, em Nova Deli, avaliando que a conduta do activista, de 74 anos, visa “deliberadamente o conflito”. “A questão sobre quem redige a lei e quem faz a lei é uma prerrogativa exclusiva” do Parlamento, insistiu, num discurso amiúde vaiado pelos deputados da oposição.

Hazare, que prometera fazer uma greve de fome por tempo indeterminado, como forma de pressão para que o Governo adopte uma mais dura criminalização da corrupção, fora detido na véspera pela polícia – uma decisão que provocou um protesto de milhares de pessoas na capital, onde foram detidos mais de mil manifestantes.

Ainda antes do fim do dia de ontem, as autoridades anunciariam que o activista seria libertado em breve. Mas Hazare fez já saber que se recusa a sair da prisão, uma vez que as autoridades não lhe garantiram o direito de “poder fazer greve de fome até à morte”. Antes da sua detenção, a polícia notificara-o apresentando seis condições para que a greve de fome fosse feita, incluindo uma limitação de três dias a esse protesto e que não mais de cinco mil pessoas se reunissem no local.

Hoje várias cidades do país registam continuadas manifestações de apoio a Hazare, incluindo um protesto com milhares de pessoas no exterior da prisão onde o activista se encontra e mantém a exigência de lhe ser permitido regressar a um dos parques de Nova Deli, onde planeara encetar a greve de fome. No estado de Assam, no norte da índia, milhares de agricultores, estudantes e advogados marcharam pelas ruas em apoio a Hazare e na capital financeira do país, Mumbai, uma outra manifestação reuniu mais de 500 pessoas.

Notícia actualizada às 11h05
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