O melhor Real não consegue impor-se ao Barcelona

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Villa marcou o melhor golo da noite no Bernabéu Juan Medina/Reuters

Há um senhor que acompanha Messi para todo o lado. Juanjo Brau, o preparador físico do Barcelona, é a sombra do argentino e tem ordens para não o largar quando este deixa a Cidade Condal, seja para a selecção ou no período de férias. A chegada de Guardiola ao banco do Barça mudou alguns hábitos no clube, este é um deles: proteger a maior estrela da companhia. Por isso, a "Pulga" tem direito a mais férias que os outros. Não fez um único jogo nesta pré-época e o técnico lançou-o a titular, ontem, frente ao Real Madrid. E Messi marcou pela 11.ª vez ao maior rival: é já o segundo barcelonista com mais golos no clássico, só atrás de César. Foi o seu sétimo golo em cinco jogos no Bernabéu.

Messi apontou o segundo golo, foi ele o autor da reviravolta no marcador para 1-2, depois de Ozil ter aberto a contagem e premiado a excelente meia hora inicial do Real Madrid. Entre os dois golos, foi a vez de David Villa brilhar com o melhor momento da noite, um remate em arco a bater Casillas - estava dado o grito da revolta. Esta equipa de Guardiola não está habituada a perder com o Real - desde que o técnico assumiu o comando dos blaugrana, em 2008, nunca perdeu com os blancos e esteve perto de dar ontem ao inimigo de Madrid a pior série de sempre de derrotas dos madridistas em casa ante o Barcelona. Pela primeira vez em 109 anos de clássico, uma equipa (o Barcelona) conseguiu cinco jogos seguidos sem perder em casa do adversário.

Parece não haver antídoto para vergar este Barcelona, que se apresentou no Bernabéu (o mesmo estádio que na véspera recebeu 55 mil adeptos para ver o treino de Mourinho) com muitas novidades, sem Piqué, Xavi, Busquets e Pedro. E com Thiago e Alexis Sánchez: o primeiro, um brasileiro naturalizado espanhol que vem da cantera, o segundo o chileno que trocou a Udinese pelo Barça. Já Mourinho enfrentou o passado, voltou à noite negra de 29 de Novembro em Camp Nou, quando saiu goleado por 5-0, e repetiu o onze. A equipa que saiu trucidada da Catalunha foi a mesma que ontem entrou no relvado de Madrid para enfrentar o seu maior pesadelo.

Mais: os dois velhos rivais já se conhecem de cor, foi o sexto confronto em nove meses (duas vitórias para o Barça, uma para o Real, e dois empates). Os blancos foram para o intervalo a perder: castigo pesado para um Benzema perdulário (mas que assistiu de forma impecável Ozil) e prémio para Valdés, que fez uma defesa incrível a um cabeceamento do francês.

No segundo tempo, já com Coentrão em campo, o Real empatou por Xabi Alonso. Mas o resultado não mudou até final, apesar dos esforços de Ronaldo, que esteve perto de marcar: um livre directo e uma recarga quase deram golo, um penálti ficou por assinalar quando Valdés lhe puxou o pé.

O empate é curto para o Real, que na quarta-feira, em Camp Nou, terá de marcar para ficar com a Supertaça. O Barça teve mais posse de bola, o que aconteceu em todos os 184 jogos de Guardiola.

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