O Feirense regressou ao topo do futebol português, 21 anos depois, e arrancou um nulo em casa emprestada, no Municipal de Aveiro, frente ao Nacional, que está a lutar nas competições europeias e jogou 29 minutos em vantagem numérica. A formação de Santa Maria da Feira, de resto, apenas cedeu após a expulsão de Fonseca, que se excedeu numa entrada dura sobre Claudemir. Só a partir desse momento é que o técnico Quim Machado remeteu quase toda a sua equipa para a defesa. E, no final, festejou o nulo, quase como se fosse uma vitória.

Os poucos adeptos (cerca de 600) que se encontravam nas bancadas, apesar do resultado, tiveram oportunidade de ver bons momentos de futebol, apoiado, com resposta de parte a parte. Mateus podia ter marcado para os madeirenses aos 20’, com um remate forte dentro da área, que Paulo Lopes (autor de uma boa exibição) defendeu. O Feirense, por seu lado, teve o golo nos pés de Cris e de Ludovic. Mas também falharam.

Um dos aspectos mais curiosos deste jogo foi ver um Feirense que alinhou de início com sete portugueses. Um caso raro numa Liga em que, em grande parte das partidas, os futebolistas nacionais se contam pelos dedos - o Nacional, por exemplo, contava com dez estrangeiros e o português Nuno Pinto.

“O Feirense chega à I Liga depois de muito tempo fora e fez pela vida. Queriam mostrar por que estão cá. O estatuto de equipa mais forte do Nacional não foi suficiente. Mas o resultado sabe a pouco”, referiu no final o técnico Ivo Vieira, enquanto o seu adversário considerava o empate um mal menor para quem queria assinalar o regresso ao principal escalão com uma vitória.