Coliseu do Porto fecha portas até ao fim do mês para construir novo átrio e bilheteiras

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Sala principal fica fora da obra que recupera o projecto original Paulo Pimenta

Obra, orçada em cerca de 200 mil euros, integra um projecto mais vasto que pretende ainda criar um Museu do Coliseu, transformar o Salão Ático e abrir uma esplanada no terraço.

O Coliseu do Porto está de portas fechadas e uma visita ao seu portal na Internet é recebida com a explicação: "Por motivo de obras, a bilheteira encontra-se encerrada durante o mês de Agosto. Pedimos desculpa pelo incómodo. Estamos a construir uma nova cara!".

Quando o espaço reabrir, durante o mês de Setembro, uma nova cara é mesmo os que os portuenses vão encontrar, já que o trabalho em curso irá mudar, por completo, o átrio da velha casa de espectáculos. José António Barros, presidente da Associação dos Amigos do Coliseu do Porto (AACP), diz que a ideia é "devolver o espaço ao projecto original".

Por enquanto, os trabalhos estão centrados no átrio, mas o projecto global da AACP é muito mais vasto e promete mudar por completo os espaços menos conhecidos do Coliseu. A sala principal de espectáculos fica fora da intervenção.

Ainda no que respeita ao átrio, quando os taipais libertarem a entrada do edifício, a primeira grande alteração que se deverá notar é o desaparecimento das bilheteiras.

O bunker das bilheteiras

"Vamos eliminar o bunker das bilheteiras. Não são de origem, começaram a ser feitas depois, quando os bilhetes implicavam a existência de um grande stock de dinheiro. Hoje isso não acontece. Entre 85 e 90 por cento dos bilhetes são vendidos electronicamente e quem paga no local paga com multibanco", explica José António Barros.

As novas bilheteiras, "muito mais pequenas, claras e envidraçadas", vão ficar encostadas à parede esquerda do edifício, acrescenta o presidente da associação, aproximando-se "do estilo inicialmente projectado". E só não ficarão no lugar pensado, aquando da criação do Coliseu, porque, entretanto, foi criado o Cinema Passos Manuel.

Ao desaparecimento das bilheteiras irá juntar-se o desaparecimento das vitrinas onde, até à data, eram colocados os cartazes de divulgação dos espectáculos. A divulgação mais artesanal será substituída por "ecrãs leves de grandes dimensões", o que irá permitir a disponibilização de "mais informação, viva e sempre a correr", diz o líder da AACP. A informação digital também estará presente na zona das bilheteiras, com informação permanente sobre os espectáculos em cartaz, preços e bilhetes disponíveis.

Finalmente, a "cereja no topo do bolo" e, porventura, aquela que mudará mesmo a cara do Coliseu: o revestimento negro do chão e das colunas do átrio vai ser substituído. "Todo este negro foi colocado nos anos 70 e o que vamos fazer é colocar um pavimento mais claro e alegre, em marmorite, idêntico ao que existe no interior do Coliseu e que existia quando ele foi inaugurado", diz José António Barros, brincando com o facto de a parte mais difícil do projecto ter sido encontrar um marmorista.

A obra actual está orçada em cerca de 200 mil euros e é totalmente suportada pelas receitas de bilheteira do Coliseu, diz o presidente da AACP. O timing foi ditado pelas grades de segurança que "já não funcionam". Também elas - parte simbólica da história recente do Coliseu - vão ser substituídas.

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