Valença veda acesso de carros a monumento para travar furto de pedras

A Câmara Municipal de Valença decidiu proibir o acesso de automóveis ao recinto do Convento de Sanfins de Friestas e apresentou uma queixa na GNR, contra desconhecidos, na sequência da destruição de parte da fachada da Igreja Românica do complexo, datada do século XII.

Segundo o município, "duas colunas de pedra e respectivas decorações, que sustentam a porta principal da igreja, e várias pedras do lajedo frontal, estavam já retiradas e prontas a carregar". A tentativa de roubo, registada no final da semana passada, só não se concretizou graças à intervenção de cidadãos atentos, que alertaram as autoridades.

A Câmara de Valença quer agora reunir-se com a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) para propor soluções que defendam o templo, classificado como monumento nacional desde 1910, de novas investidas. Em declarações ao PÚBLICO, o presidente da Câmara de Valença, Jorge Mendes, adiantou que uma das alternativas passa pela reconstrução de uma casa existente na zona, utilizada antigamente pelas comissões de festas para apoio às romarias, e por convidar uma família para residir nesse imóvel, sem pagar renda, para vigiar aquele "importante legado patrimonial do concelho".

A hipótese terá que ser submetida à aprovação da tutela, sublinhou Jorge Mendes, que espera, "no final do período de férias", reunir-se com os técnicos municipais e da DGEMN para avaliar a situação. Da parte da autarquia, garante, haverá disponibilidade para participar nos custos de reabilitação da residência em questão.

No imediato, o autarca adianta ter já solicitado um reforço de vigilância às forças de segurança e aos sapadores florestais, que nesta altura têm uma presença mais assídua na zona por estarem envolvidos em acções de prevenção de incêndios. A câmara conta igualmente com a colaboração da junta de freguesia local e das próprias populações na vigilância do monumento.

Por ora, só mesmo a pé se consegue chegar ao mosteiro beneditino e à igreja românica, porque os carros são obrigados a ficar a 500 metros de distância.

Há muito que o monumento é vandalizado. Em 2007, o templo serviu de tiro ao alvo a praticantes de paintball. Na altura, os serviços de arqueologia da autarquia fizeram o levantamento dos estragos causados pela tinta e recorreram mesmo ao extinto Ippar para obter apoio técnico, no sentido de remover as manchas de tinta sem deteriorar as paredes seculares.

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