Radioactividade em Fukushima atinge níveis letais

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Destroços perto do edifício do reactor 3 da central de Fukushima Tepco

Níveis letais de radioactividade, atingindo novos recordes máximos, foram registados ontem na central nuclear de Fukushima, no Japão, revelou a empresa gestora do complexo.

Até agora, os níveis máximos tinham sido detectados a 3 de Junho, no interior do edifício do reactor 1 e eram de 3 a 4 sieverts por hora. Ontem foram medidos níveis de 10 sieverts por hora, nas proximidades dos resíduos acumulados entre os edifícios dos reactores 1 e 2, segundo a Tepco (Tokyo Electric Power Company). Segundo o Ministério japonês da Ciência, se um ser humano receber uma dose de 10 sieverts, poderá morrer no espaço de uma ou duas semanas, lembra a estação de televisão japonesa NHK. Por isso, a Tepco proibiu o acesso ao local e à área envolvente.

“Ainda estamos a tentar verificar a causa destes níveis elevados de radioactividade”, explicou uma porta-voz da Tepco, citada hoje pela agência AFP. A empresa garante que os funcionários que fizeram as medições ontem foram expostos até aos 4 sieverts.

A central nuclear foi atingida pelo tsunami de 11 de Março, causado pelo sismo de magnitude 9 na escala de Richter. Como resultado, os sistemas de arrefecimento dos reactores deixaram de funcionar, levando a um sobre-aquecimento da central. Uma série de explosões de hidrogénio destruiu parte dos edifícios e lançaram resíduos radioactivos para a atmosfera.

Ontem, a Tepco revelou ainda ter detectado cerca de 700 toneladas de água altamente contaminada na cave de um dos edifícios da central. A água contém 19 mil becquerels de césio radioactivo 134 por centímetro cúbico e 22 mil becquerels de césio 137. As causas da fuga de água estão a ser investigadas.

Cerca de 80 mil pessoas, que moravam a 20 quilómetros da central ou em localidades contaminadas, foram forçadas a abandonar as suas casas por causa dos riscos para a saúde.

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