Atentados ainda não foram reivindicados

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As ramificações da Al Qaeda vão até á Somália, e podem estar ligadas ao que aconteceu hoje na Noruega Mowlid Abdi/Reuters (arquivo)

A autoria da forte explosão que abalou Oslo nesta sexta-feira ainda não foi reivindicada, embora a Noruega, membro da NATO, tenha já sido alvo de ameaças, devido ao seu envolvimento nos conflitos do Afeganistão e Líbia. Algumas organizações militantes islamistas têm estado envolvidas em ameaças de ataques na Europa, como a Al Qaeda, o Movimento Islâmico do Uzbequistão, Lashkar-E-Taiba, e a Al Shabaab.

A Al Qaeda é apresentada como a organização que mais ameaça a segurança do mundo. É altamente especializada em fabrico de bombas e dispõe de redes transnacionais duradouras com apoio financeiro, logístico e ideológico.

Embora tenha ficado enfraquecida com a invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos, o grupo sobreviveu, aprofundando alianças com militantes locais na fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão.

Nas zonas tribais do Paquistão também se encontram apoiantes do Movimento Islâmico do Uzbequistão.

No início deste mês, forças dos serviços secretos disseram haver uma conspiração contra alvos europeus, que estaria a ser levada a cabo por um grupo presente no norte montanhoso do Paquistão. Acredita-se que alguns deles sejam cidadãos europeus, entre os quais Ahmed Sidiqi, um alemão com origens afegãs.

O Lashkar-e-Taiba (LET) e o Jaish-e-Mohammed são outros movimentos de militantes terroristas com sede em Punjab, Paquistão, que já foram apoiados pelos serviços secretos do Paquistão para lutar contra a Índia em Caxemira. Desde então, têm sido banidos.

Fontes de segurança ocidental afirmam que ambos os grupos têm mantido contacto com europeus que estão a viajar para o Paquistão, pedindo acesso às áreas tribais, como meio de se juntarem à Al Qaeda.

A Al Shabaab – que significa “Juventude” em árabe – tem tomado controlo de vastas áreas do Sul e do Centro da Somália. A nação situada no “Corno de África” tem-se atolado numa anarquia sem precedentes, desde que os "senhores da guerra” fizeram cair o ditador militar Mohamed Siad Barre em 1991.

Oficiais somalis afirmaram que o bombardeio que matou 22 pessoas, incluindo três ministros do governo, numa cerimónia em 2009, foi perpetrado por um cidadão dinamarquês com ascendência somali.

Um dos bombistas que fez explodir uma base da União Africana em Setembro de 2009 era alegadamente de Seattle, enquanto cerca de 20 jovens foram dados como desaparecidos de uma comunidade somali em Mineápolis nos últimos dois anos para se juntarem à Al Shabaab.

Este grupo militante foi ainda associado ao ataque do cartoonista Kurt Westergaard em Copenhaga em Janeiro de 2010.

O Tehrik-Taliban Pakistan (TTP) é o grupo mais influenciado pela Al Qaeda e tem-se focado no ataque ao estado do Paquistão, que o TTP considera ilegítimo. O grupo reivindicou um ataque em Mohmand, que resultou na morte de 102 civis e cerca de 80 feridos.

No início deste mês, um homem britânico, Abdul Jabbar, alegadamente assassinado pelas forças americanas no Paquistão, foi associado a Faisak Shahzad, um alegado bombista do Times Square, avançou um representante dos serviços secretos do Paquistão. O homem esteve alegadamente envolvido num processo que o ligava à criação de um ramo do grupo talibã na Grã-Bretanha.

Por sua vez, o grupo Algeria’s Salafist Group For Preaching and Combat adoptou em Janeiro de 2007 o novo nome Al-Qaeda no Magreb Islâmico. Os membros deste grupo lutaram contra as forças de segurança da Argélia, mas desde 2006 têm procurado adoptar a ideologia “jihadi”, aliando-se à Al Qaeda.

Oficiais norte-americanos dizem que estes homens, conectados com o tráfico de droga, têm usado o Sahara como ponto de paragem da droga proveniente da América do Sul para a Europa.

Notícia corrigida às 21h34:

A versão anterior dava a entender que a Noruega já manifestara suspeitas relação a organizações militantes islamistas. Título e

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