Grécia aprova plano-chave para garantir financiamento europeu

Contestação na praça Syntagma começou durante a madrugada
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Contestação na praça Syntagma começou durante a madrugada Yannis Behrakis/Reuters
Polícia lançou gás lacrimogéneo sobre os manifestantes
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Polícia lançou gás lacrimogéneo sobre os manifestantes Panagiotis Tzamaros/Reuters
Grécia cumpre hoje o segundo dia de uma greve geral de 48 horas
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Grécia cumpre hoje o segundo dia de uma greve geral de 48 horas Panagiotis Tzamaros/Reuters
Protesto nas ruas de Atenas
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Protesto nas ruas de Atenas Panagiotis Tzamaros/Reuters

O Parlamento grego aprovou, na globalidade, o novo plano de correcção orçamental que a União Europeia e o FMI exigem como contrapartida para Atenas continuar a receber financiamento externo.

O “sim” de 155 deputados permitiu ao primeiro-ministro grego, George Papandreou, fazer aprovar as medidas de correcção orçamental que acordou com os responsáveis internacionais para encaixar 28 mil milhões de euros até 2015.

Um membro do PASOK (o partido liderado por Papandreou que tem, desde 2009, maioria absoluta no Parlamento precisamente com 155 votos) recusou votar favoravelmente o pacote, mas, em contra partida ao “não” do dissidente Panagiotis Kouroublis, houve um deputado da oposição que deu o “sim” ao plano de contenção.

Papandreou passou na prova-de-fogo, depois de três dias de duras discussões parlamentares com a oposição e no meio de contestação nas ruas e de uma greve geral de 48 horas. Mas, apesar de poder respirar fundo, o primeiro-ministro tem pela frente novos testes a enfrentar no Parlamento. A discussão em detalhe das medidas começa amanhã. E em causa estão pontos como o aumento da carga fiscal ou mais cortes salariais na função pública.

“Podemos escolher entre o défice e a prosperidade. Este [voto] é apenas uma forma de ganharmos tempo para fazer mudanças que precisamos de realizar”, dramatizava Papandreou antes de os deputados fazerem aprovar as medidas.

Para fazer passar o plano de contenção, bastava ao Governo o voto de 151 dos 300 deputados, mas as divisões internas no interior dos socialistas não davam garantias absolutas de que o pacote fosse aprovado. Apenas havia a expectativa de ver repetido o sinal de “dever patriótico” (tão repetido por Papandreou) dos socialistas, que, com os seus votos, garantiram o sucesso da moção de confiança ao Governo na semana passada.

Batalha campal na Syntagma

Em frente ao Parlamento, em Atenas, a praça Syntagma voltou a transformar-se numa verdadeira batalha campal, durante a madrugada, ainda a discussão parlamentar estava horas de começar. As agências internacionais descreveram violentos confrontos entre os manifestantes e a polícia.


Procurando controlar os que tentavam abalroar as grades metálicas de segurança que limitam o acesso à escadaria do edifício parlamentar, as autoridades dispararam gás lacrimogéneo sobre os manifestantes.

Mercados antecipam voto positivo

Na Europa, já várias vozes tinham avisado não haver plano B para um eventual chumbo às medidas de austeridade adicionais que Bruxelas exige serem implementadas até 2015. Já a discussão parlamentar decorria, Jim O'Neill, economista-chefe do banco Goldman Sachs, dizia à Bloomberg: “O plano B é rezar [para que o pacote passe]”.


Tal como na semana passada, quando os deputados votaram a moção de confiança ao executivo remodelado, os mercados reagiram por antecipação. Na expectativa de que a maioria socialista se unisse em torno da aprovação das medidas acordadas com Bruxelas, as bolsas de referência na Europa estavam ao início da tarde a reagir em alta.

Notícia actualizada às 14h37
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