Grau de dificuldade dos exames não surpreendeu alunos da escola secundária João de Deus
Ana Rita, do curso de Ciência e Tecnologia, depois de achar que as perguntas do exame não constituíram surpresa, desabafou: “Houve questões que estava espera e não apareceram, como por exemplo – relacionar força gravítica com força centrípeta”. Quanto ao resto, foi o que esperava. “Estudei para isto, não tive surpresas.”
“Não estudei muito para o exame, vim na desportiva”, diz Dragos Hosman, moldavo, com um ar divertido, ao jeito de quem vai para a discoteca ou para a praia. Mas se se tivesse aplicado, reconhece: “Isto [prova de físico-química] até era fácil”. Embora seja aluno do 12.º ano, foi fazer esta prova do 11.º, porque chumbou à disciplina no ano passado. De resto, considera que o “exame foi mais fácil do que no ano passado". "Acho que os meus colegas estão de acordo comigo.” Não se via, à saída das salas, alunos dando sinais de insatisfação por lhes ter corrido mal. Pelo contrário, sorrisos e abraços sublinham as palavras de agrado em relação ao grau de dificuldade das questões e problemas que surgiram.
A escola secundária João de Deus, antigo Liceu de Faro, está sofrer uma profunda remodelação – um investimento superior a 13 milhões de euros. Por isso, as aulas têm decorrido em contentores, equipados com ar condicionado. Mas, na parte da tarde, quando as temperaturas ultrapassam os 30 graus, os aparelhos esticam até ao máximo para tentar manter o ambiente suportável, dentro das improvisadas nas salas de aula metálicas. Mas, em dia de exame, o que auxiliares de serviço pediam era silêncio, a onda de calor passava ao lado das preocupações dos alunos.
Beatriz Sampaio, do curso de Humanísticas, à saída, com a prova na mão, tenta conferir com as colegas o que é poderia ter corrido menos bem. “Saiu a matéria que eu percebia melhor”, confessa. “Estava à espera que saíssem centros de altas pressões, graças a Deus não saiu.” A aluna, de 16 anos, diz que o exame foi ao encontro do que aprendeu nas aulas. Já a colega, Vanessa Pereira, do mesmo curso, revela: “Não me preparei bem – a sério, pensava que fosse mais difícil”. O que não gostou foi das perguntas de escolha múltipla. “Saiu uma barragem, lá para o norte, que era um bocado complicada”, exemplifica. Na área das Ciências e Tecnologias, Ana Filipa, lembra que o grau de dificuldade das perguntas “depende de ter estudado ou não”. No seu caso, achou o “teste relativamente fácil, não era preciso aprofundar muita coisa para lá chegar”.